Após 3 anos de pesquisa, digitalização e trabalho, a primeira exposição “Aleijadinho Virtual: o primeiro artista brasileiro” ocorreu em Ouro Preto, cidade natal do escultor barroco. Atualmente, está em exibição gratuita no Museu de Congonhas, na Região Central de Minas Gerais, até o dia 14 de janeiro de 2024.
Com o objetivo de homenagear e preservar a memória do artista, a mostra pretende também incentivar a visitação de novos públicos, destacando a importância de sua arte para a atualidade.
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Para que a exposição fosse dinâmica e interativa, a tecnologia foi uma importante aliada nesse processo. Com a utilização de óculos de realidade virtual, é possível fazer um passeio pelas obras e ainda ouvir as explicações do próprio artista. Além disso, a experiência possibilita interagir com objetos e, até mesmo, esculpir um dos 12 profetas, uma das obras mais famosas de Aleijadinho, localizada no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, também em Congonhas.
Os visitantes também podem conferir as diversas peças artísticas em 3D no espaço dedicado à exposição com a própria câmera do smartphone.
O artista digital Francisco Almendra, responsável pelo projeto, explicou como foi o processo de criação da voz do escultor e de que forma isso pode impactar o público: “Você encontra o escultor frente a frente. A gente fez a criação dele digitalmente seguindo as pesquisas históricas, o mais fiel possível, mas dando uma voz contemporânea para ele, para a gente conseguir se conectar com Aleijadinho hoje em dia, e isso é super importante, principalmente para o público mais jovem”.
Em 2024, a expectativa dos organizadores é de que a exposição passe a ser itinerante, começando pelo Rio de Janeiro e São Paulo. Além disso, a produção irá participar de festivais internacionais de realidade virtual e estendida.
“Quando a gente estreou em Ouro Preto, foi um sucesso tremendo. Recebemos um monte de gente e assim tiveram quatro pessoas que tiraram os óculos com lágrimas nos olhos, então, essa é uma conexão muito forte com o Aleijadinho. E, ainda, tinha gente que “nossa eu sempre sonhei em falar com Aleijadinho” ou “eu nunca soube que o Aleijadinho era uma pessoa negra que é né?” A gente não aprende normalmente isso nos livros de escola, eu certamente não aprendi, então para várias pessoas, isso é um choque e é importante ressaltar isso”, comentou Almendra sobre a repercussão da exposição.
O Aleijadinho
“Antonio Francisco Lisboa, conhecido como o Aleijadinho, é sinônimo universal de genialidade artística e superação pessoal – tanto por sua misteriosa doença degenerativa quanto por sua condição de negro alforriado, filho de um português com uma africana escravizada – e é considerado o primeiro grande artista genuinamente brasileiro. A reconstituição digital de Aleijadinho seguiu fielmente as pesquisas e depoimentos históricos existentes sobre a provável fisionomia do artista.” (site da exposição).
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