‘O Debate’, longa de ficção que marca a estreia de Caio Blat na direção de cinema é escrito por Guel Arraes e Jorge Furtado, filme é protagonizado por Debora Bloch e Paulo Betti
O Debate, longa-metragem escrito pelos roteiristas e diretores Jorge Furtado e Guel Arraes é uma adaptação do livro homônimo escrito em 2021 pela dupla. O filme marca a estreia de Caio Blat na direção de longas-metragens e tem produção da Giros Filmes e Sul Audiovisual.
A ficção, estrelada por Debora Bloch e Paulo Betti, foi rodada em junho de 2022, no Rio de Janeiro, e acompanha os bastidores do último debate presidencial antes do segundo turno das eleições no Brasil atual.
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O Debate” segundo o diretor Caio Blat
“Dirigir já era um desejo antigo e um caminho natural: nos últimos anos e trabalhos tenho me envolvido cada vez mais com a direção; na pandemia eu dirigi o especial “Amor e Sorte”, com a Luísa Arraes, que foi o primeiro programa remoto de ficção da Globo. “O Debate” juntou os dois temas mais importantes para mim: amor e política”, afirma o diretor Caio Blat, que faz uma participação especial também como ator.
“Temos vários debates no filme – a separação deles, por um lado, as discussões sobre a relação, o ciúme, a monogamia, etc, e, por outro, a complexidade do momento da eleição, a pandemia e os problemas que assolam a sociedade brasileira. O casal discute bastante o processo informativo e seus aspectos éticos. O filme reflete sobre a importância da democracia e do papel da mídia na formação de uma consciência coletiva”, conta a atriz Debora Bloch.
“Um dos principais temas é o poder dos grandes meios de comunicação e a manipulação das notícias a favor de um ou de outro candidato, de uma ou outra ideologia, acho que isso é o central do filme; o debate e como eles vão editá-lo. Isso remete a outros debates e como a edição deles influenciou no resultado das eleições. É um filme pulsante que fala sobre algo que está acontecendo no Brasil hoje”, declara o ator Paulo Belli.
Como se estivesse dentro da redação de uma emissora de TV durante o debate ao vivo, o espectador vai assistir ao embate ético, moral e ideológico entre o editor-chefe e a apresentadora, Marcos (Paulo Betti) e Paula (Debora Bloch). A recente separação da dupla depois de 17 anos de casamento permeia o roteiro, invadindo a intimidade do casal que se ama profundamente, mas decide se separar. Em tempo real e em flashbacks, eles divergem sobre monogamia, sexo, desejo, ciúme e liberdade, extrapolando o tema político.
No filme, que não cita nomes dos candidatos, o atual presidente, de extrema direita, não compareceu a nenhum debate no primeiro turno e está quase empatado com o candidato da esquerda. Agora, na véspera do segundo turno, com grande número de eleitores ainda indecisos, o encontro dos adversários na TV ganha uma importância ainda maior e terá uma imensa audiência.
O enorme respeito, admiração e cumplicidade que existem entre os dois jornalistas não impedem que eles tenham visões distintas sobre como devem conduzir a edição dos melhores momentos do debate que a TV vai exibir – e que pode interferir na escolha de centenas de milhares de eleitores. O filme se passa durante o debate ao vivo, enquanto, nos bastidores, Paula tenta convencer o chefe de que eles precisam se posicionar politicamente no ar e tentar interferir no resultado das eleições. Eles estão “do mesmo lado” politicamente, mas Marcos se recusa, sob o argumento de preservar a imparcialidade, que é prerrogativa ética do jornalismo.
Minutos antes de anunciar o início do debate, Paula recebe o resultado de uma pesquisa de opinião que poderia ajudar a definir a eleição, mas ainda não foi registrada no TSE, por isso não pode ainda ser divulgada. O que fazer? Noticiar a pesquisa e interferir na disputa política cometendo um crime em “benefício do país” ou respeitar a lei e favorecer o atual presidente omitindo os dados?
Paula e Marcos discordam em diversos pontos, o que gera acirradas discussões ideológicas em tom muitas vezes exaltado. A ideia de escrever O Debate surgiu de conversas semelhantes entre os autores, Guel Arraes e Jorge Furtado, que são parceiros desde os anos 1990 e, nos últimos anos, se viram envolvidos em conversas cada vez mais frequentes sobre política.
O Debate discute o poder da mídia, a polarização política no país, a politização da pandemia, além de assuntos como porte de armas, milícia e aborto – algumas pautas tão atuais que, apesar de não estarem no livro, foram inseridas no roteiro durante as filmagens.
A tensão do filme aumenta quando chegam à redação notícias confirmando novos casos de contágio pela Sigma, uma nova variante do Coronavírus, mais letal que a Delta e mais contagiosa que a Omicron. A nova onda entra em pauta como tema do último bloco do debate e pode definir o futuro político do Brasil.
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