Sebastião Salgado é um dos nomes mais expressivos no campo da fotografia. É Natural de Aimorés, Minas Gerais, e formado em Economia. A partir de 1973, passou a se dedicar aos registros fotográficos. Trabalhou para a imprensa internacional, ganhou vários prêmios por reportagens fotográficas e participou de diversas exposições. Na década de 90, junto com sua esposa, Lélia Wanick, iniciou um projeto de recuperação de uma propriedade intensamente degradada, que atualmente abriga o Instituto Terra. Foi esse projeto que impulsionou a expedição fotográfica, originando o livro Gênesis.
Após a realização dos trabalhos que ficaram conhecidos mundialmente, “Trabalhadores” (1996) e “Êxodos” (2000), Sebastião Salgado iniciou “Gênesis”, publicado em 2013. Esse trabalho, realizado entre 2004 e 2012, levou 8 anos para ser concluído e contou com mais de 30 viagens ao redor do mundo para buscar imagens de lugares intocáveis. Os registros retratam montanhas, desertos, oceanos, animais, pessoas, além da relação entre o homem e a natureza. O resultado foi uma obra que reúne mais de 500 fotos surpreendentes, mesclando as diversas tonalidades entre o preto e o branco. Gênesis é uma homenagem de Salgado à natureza ou, como ele mesmo diz, “minha carta de amor para o planeta”.
Nesse trecho de uma entrevista, Salgado faz uma importante reflexão sobre a exploração da natureza e a importância da preservação do meio ambiente:
“A humanidade é uma espécie sem saída. Não somos uma espécie sustentável, destruímos tudo à nossa volta ao ponto de haver lugares onde já não é possível viver por causa da nossa destruição. A única espécie realmente predadora somos nós. Quando terminei Migrações não acreditava na espécie humana, como não acredito até hoje. Fiquei desesperado, porque os humanos eram a minha única referência. Mas depois, quando comecei a replantar uma floresta na nossa quinta no Brasil (Vale do Rio Doce, Aimorés), quando decidimos fundar o Instituto Terra e depois da concretização de Gênesis comecei a viver em paz. Compreendi que se a nossa espécie desaparecer, sobreviverão muitas outras, a das formigas, a dos camaleões, a dos rinocerontes… São espécies tão importantes como a nossa. […] Se não mudarmos o nosso comportamento em relação à natureza, vamos desaparecer. E o certo é que não estamos mudando esse comportamento, pelo contrário, estamos usando cada vez mais espaços que não são os nossos. Mas, hoje, vivo em paz porque me aproximei tanto da natureza que me tornei natureza.” – Sebastião Salgado, em entrevista a Sérgio B. Gomes | Público. 26.3.2015.
Confira algumas imagens:














