Faig Ahmed é um escultor natural de Baku, capital do Azerbaijão, que é internacionalmente reconhecido pela arte que realiza com tapetes. Os tapetes, que são tradicionais artefatos de decoração, em suas mãos se tornam obras conceituais, que reimaginam esse ofício milenar. Suas obras misturam as estruturas tradicionais com intervenções digitais, imagens distorcidas ou pixelizadas virtualmente, dentre outras formas de experimentar a tecelagem com possibilidades contemporâneas.
Ahmed se formou no programa de escultura na Academia Estatal de Belas Artes do Azerbaijão em Baku em 2004, e já representou seu país (e a cultura da tecelagem do Azerbaijão) em diversas mostras. Sua proposta é de justamente desconstruir a tradição e seus estereótipos, reinventando a própria tecelagem e se apropriando desse ofício como o de um escultor experimental.
As obras são concebidas pelo artista e por um grupo de tecelões qualificados que seguem os designs de Ahmed, prestando especial atenção às técnicas de tecelagem tradicionais do Azerbaijão. Ahmed realiza seus esboços no computador e, em seguida, os transfere para um papel de projetos em engenharia. A partir disso, passa os esboços para um carpinteiro que os tece usando as técnicas ancestrais da região. Todos os fios são de lã ou seda e tingidos com cores naturais. Segundo ele, o processo de tecelagem é o mesmo de 300 anos atrás.
Uma de suas obras mais recentes, intitulada “Dúvidas”, é uma de suas peças maiores que, embora tenha o formato e o padrão convencional no início, depois se transforma numa poça e parece desfazer os padrões tão cuidadosamente tecidos.