Desde que a plataforma de streaming Netflix anunciou que faria uma adaptação do clássico da literatura latino-americana Cem Anos de Solidão que uma grande expectativa se criou em torno da produção. Seria um filme? Uma série? Eles seriam fiéis ao livro ou fariam uma “livre adaptação”? Bom, nós do NotaTerapia que somos muito fãs da obra do Gabriel García Marquez, publicada em 1967, e que levou o autor a ganhar um prêmio Nobel na década de 80, estamos acompanhando desde o começo esta saga e trazemos aqui todas as informações pra vocês!
Como já foi divulgado anteriormente e publicado em matéria em que trouxemos 4 motivos para todo mundo assistir a adaptação de Cem Anos de Solidão, esta é a primeira adaptação da obra de Gabo para o audiovisual, que será feita no formato de série e vai contar com a presença de dois filhos do autor – Rodrigo e Gonzalo – na produção, de modo a que tudo seja feito com respeito aos familiares.
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Desde então, muito pouco ou quase nada havia sido divulgado sobre a produção até que, neste fim de semana, durante as sessões do oitavo Festival Gabo, que este ano está sendo realizado em formato digital, mais alguns detalhes surgiram em uma entrevista que Rodrigo García Barcha teve com o diretor chileno Andrés Wood e o crítico de cinema colombiano Samuel Castro. E o que se tem agora é…
A série terá 3 temporadas de 6 a 8 episódios
Segundo palavras do filho de Gabo, Rodrigo, nem tudo está ainda decidido, mas ele acredita que serão três temporadas de seis a oito episódios com uma hora de duração cada, ou algo bastante próximo disso. Além disso, ele revelou que o roteirista porto-riquenho José Rivera é quem adaptou o livro e escreveu os primeiros capítulos. O filho do colombiano afirmou que “todo livro é difícil de adaptar e no caso das obras de Gabo há um histórico de más adaptações. Na verdade, o romance mais famoso de García Márquez já foi sondado para ser adaptado para o cinema, mas o autor de O Outono do Patriarca e O Amos nos Tempos do Cólera sempre teve dúvidas se a obra caberia no formato audiovisual.
A história sofrerá algumas adaptações e alterações (mas se manterá fiel ao livro)
Ainda segundo Rodrigo García, a produção provavelmente não vai deixar ninguém indiferente porque vai introduzir mudanças desde as primeiras cenas: “(Rivera) fez algumas mudanças que não estão reinventando nada, é muito parecido com o romance. Mas se você fez algumas coisas estruturais inteligentes, não serão alarmantes. Ele é muito fiel ao livro ”, garantiu o filho de García Márquez.
García Barcha, que dirigiu séries como Los Sopranos ou Six Feet Under, admitiu que toda história “é uma adaptação” e ampliou: “O que Gabo, por exemplo, decidiu excluir em‘ Notícias de um sequestro’ foi uma decisão narrativa. A forma como está estruturado para criar mais ou menos suspense. Os formatos são diferentes e você tem que criar suspense, que é a parte mais importante de qualquer história. Tem que respeitar a essência, o que o povo viveu, mas sempre tem que se adaptar alguma coisa, é claro ”, disse.
O primeiro capítulo já está pronto
Em um bate-papo virtual anterior que teve com o escritor Alberto García Ferrer, também organizado pela Fundação Gabo, García Barcha garantiu que o roteiro do primeiro capítulo estava pronto. “Gabo (..) disse uma vez que se Cem Anos de Solidão não fosse um romance, teria feito muitos filmes em vez de escrever o livro. Felizmente, ele falhou nisso ”, ele disse então.
A série será contada em espanhol
A necessidade de que quaisquer adaptações de Cem anos de solidão fossem faladas em espanhol era remarcada pelo próprio escritor, morto em 2014. A história das gerações Buendía em Macondo é uma história marcadamente colombiana, por isso, uma adaptação feita em inglês somente para agradar o público estava fora de cogitação. Porém, a produção da Netflix garantirá uma série inteiramente falada em espanhol e que preservará a cultura colombiana.
Para o The New York Times, o jornalista e antigo colaborador de García Márquez, Rodrigo Restrepo Pombo, afirmou: “Esta é uma chance de mostrar outra visão, outra versão da Colômbia. Espero que a adaptação seja centrada no lado histórico de ‘Cem anos de solidão’, nas histórias dos personagens”, disse ele.
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