Perfeita para quem busca uma leitura rápida e de forte impacto, esta breve novela da escritora gaúcha Fernanda Mellvee, autora de Amarga Neblina, nos mostra um evento marcante na vida de uma jovem mulher cujo casamento acabara de se desfazer. Livre de um relacionamento o qual nunca lhe fez feliz, a jovem aproveita a liberdade recém adquirida para se arrumar como há muito tempo não fazia e sair com as amigas para ir ao circo. Porém, ao chegarem ao local, ela não se agrada da apresentação e resolve esperar as amigas do lado de fora do circo.
Neste momento, a narrativa nos chama atenção para o fato de que, ainda que o casamento da personagem não a fizesse feliz, a sociedade em que se encontra a faz sentir-se desprotegida pelo simples fato de ser mulher e estar desacompanhada, na rua, à noite. Isso até que um desconhecido aparece. Um homem do circo, que se aproxima e lhe faz companhia enquanto espera as amigas. Porém, ainda que seja um estranho, sua presença tranqüiliza a personagem.
Sobre este personagem nunca nos é revelado qual exatamente é sua deformidade, o que o torna excluído da sociedade, somente nos dá a entender que sua aparência não é agradável de acordo com os padrões da sociedade, o que cria um mistério em torno do personagem. Porém, seu comportamento doce e a beleza de seus olhos azuis encantam a protagonista, que se sente valorizada por esse homem como nunca ocorrera com seu ex-marido. E é aí que a mágica poderia acontecer, mas não pode. Porque a jovem diz ver neste homem uma chance de ser feliz, de viver um conto de fadas, no entanto, a realidade é mais cruel do que isso.
Com uma narrativa doce e bem construída, Mellvee nos revela uma dura realidade envolta neste toque de magia e, ainda que para a personagem, a mágica não possa acontecer, pelo menos não para sempre, a experiência da leitura em si já é o suficiente para trazer aos leitores um quê de magia até mesmo para os dias mais cinzas.
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