A poetisa carioca Gilka Machado (1893-1980) é considerada uma das pioneiras na escrita de poesia erótica no Brasil. Sua obra, geralmente, é classificada como simbolista. Aos 14 anos, participou de um concurso literário em que ganhou os três primeiros lugares com poemas em seu nome e os outros com pseudônimos. Mesmo muito criticada, continuou a escrever. Participou, em 1910, da fundação do Partido Republicano Feminino que tinha por objetivo representar e integrar as mulheres na sociedade política. Aos 22 anos, publicou seu primeiro livro Cristais partidos. Em 1933, ganhou o concurso promovido por uma revista que lhe concede o título de “maior poetisa do Brasil”. Numa sociedade fortemente conservadora, em que as mulheres pouco podiam se manifestar, Gilka rompe com os paradigmas. Além de temas como o amor, o desejo, também exaltava a sexualidade feminina e criticava o papel imposto à mulher como forma de denúncia à opressão. Teve vários livros publicados e sua obra foi admirada por diversos escritores como Drummond e Mario de Andrade. Entre os títulos, destacam-se: Estados de alma (1917), Mulher nua (1922), Meu glorioso pecado (1928) e Sublimação (1938). Em 1979, recebeu o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras. A obra da poetisa, esgotada desde 1993, voltou a circular em Poesia completa (2017).
Conheça alguns poemas da autora:
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