Durante o período Helenístico, em Alexandria, Egito, foi construída uma célebre biblioteca, cujo interior guardava um precioso conteúdo intelectual, proveniente de antigos povos egípcios e gregos. Tendo sua construção patrocinada pelo Ptolomeu I, um grande estudioso dos fundamentos gregos, a gloriosa construção não abrigava apenas documentos históricos, livros e papiros, mas também contava com escolas de pensamento e exposições permanentes de pinturas e outros artefatos.
Logo que foi erguida, a Biblioteca contava com 200 manuscritos em papiro e, em seu apogeu, no século 2 a. C., ela chegou a abrigar 700.000 papiros. Conta-se que na entrada da Biblioteca havia uma placa com os seguintes dizeres: “Aqui, cura-se a alma”.
Devido a falta de pesquisa arqueológica da época, pouco se sabe sobre a estrutura e aparência da biblioteca, mas tudo leva a crer que se tratava de um amplo salão com colunas marmóreas e diversas estantes, provavelmente de pedra, onde de um lado contava com o acervo literário e do outro, o Museu de Alexandria, que funcionava como um instituto de pesquisa.
Pouco a pouco, o acervo da Biblioteca de Alexandria aumentava, e no período de Ptolomeu II, outra Biblioteca precisou ser construída, a de Serapeu, para abrigar os novos livros e documentos.
Infelizmente, são poucas as informações sobre a arquitetura da Biblioteca, entretanto sobre o Museu os estudos históricos são mais substanciais: possuía alas de leitura e estudo, jardins, galerias e até um zoológico. O administrador do conjunto era um sacerdote nomeado pelo rei.
A princípio, a ideia da Biblioteca era dispor de todos os livros da Terra, se tratando de 500 mil rolos de manuscritos, aproximadamente. Pinakes era o nome do instrumento que catalogava todos esses volumes, contando com 120 livros de análises e listas cronológicas.
Bibliotecários, historiadores, médicos, poetas, astrônomos e demais mentes da época, contribuíram para o aumento e enriquecimento intelectual da Biblioteca. Embora os livros sagrados tenham sido mais populares na época, todo o tipo de gênero literário existente também podia ser encontrado lá.
Mas de todo, é o mistério de seu trágico fim que fascina. Estudiosos e historiadores apontam diversas teorias: uns atestam que foram os romanos, outros acreditam terem sido grupos cristãos fundamentalistas, e até mesmo Omar I, um famoso sultão, entrementes a mais conhecida é que um incêndio foi o responsável pela destruição de toda a Biblioteca. Era crível que essa última hipótese começa com a perseguição de Julio Cesar a seu inimigo Pomeu, 48 a. C. Durante a peleja, Julio Cesar supostamente havia ordenado à seu exército que pusesse fogo em toda a região do porto – onde se situava a antiga Biblioteca.
Em 2012, uma nova Biblioteca de Alexandria foi construída, e nomeada igualmente à primeira em homenagem à mesma. Sua bela construção arquitetônica é uma edificação referência em beleza e sofisticação; possui laboratórios, auditórios e um planetário, sendo atualmente a maior Biblioteca da África.