[Via Cultura Colectiva]
“Mulher de Octávio Paz, amante de Bioy Casares, inspiradora de García Marquez e admirada por Borges.” Isto foi escrito em Reencuentro de personagem sobre Elena Garro. Os criadores de tal propaganda, no entanto, não esperavam o que essa frase iria trazer consigo: uma onda justificada de críticas ao machismo. Seriam apenas essas suas conquistas? Sua coragem estava enraizada nos homens à sua volta? De acordo com o tal editor, sim.
Este problema não é novo nem pertence apenas ao domínio da literatura. A história da arte também foi responsável por enterrar no esquecimento mulheres pintoras cujo trabalho não perde nada aos dos homens que, por acaso, são muito mais reconhecidos. A seguir você vai conhecer 10 pintoras francesas que você não conhece porque a história oficial da arte em si foi responsável por escondê-las. Mas depois de conhecê-las, elas se tornarão suas favoritas:
1- Séraphine Louis (1864–1942)
O infortúnio a perseguiu de sua infância. Quando tinha apenas um ano de idade, sua mãe morreu. Depois de alguns anos, seu pai também morreu. A jovem órfã teve que começar a trabalhar para se manter; foi pastora e empregada em casas de pessoas ricas. O colecionador de arte alemão Wilhelm Uhde, com base em Senlis, em 1912, descobriu suas pinturas. Mas ele foi forçado a deixar a França em agosto de 1914, e ele se reconecta com Séraphine, em 1927, por ocasião da exposição local de Senlis. Sua ajuda, então, permite que Séraphine pinte grandes telas, inclusive de dois metros. Em 1929, Uhde organiza uma exposição “Pintores do Sagrado Coração”, que permite a Séraphine prosperidade financeira, mas esta ostenta fama e gasta muito dinheiro.
2- Marie Bracquemond (1840 -1916)
Com uma vida muito mais afortunada, Marie Bracquemond pode estudar. Aos 29 anos, ela entrou na oficina de Ingres. Com uma influência clara do impressionismo francês, foi inspirada a realizar suas obras. No entanto, o casamento que manteve com o gravador e pintor Felix Bracquemond fez com que parasse de pintar por “sugestão” dele. Na verdade, eram sentimentos de inveja e ciúmes, porque as obras da pintora tinham críticas muito melhores que as dele.
3- Rosa Bonheur (1822-1899)
Ela aprende a arte de pintar desde muito cedo porque seu pai – um comerciante poderoso – incentivou nela o amor pelos pincéis. Durante a juventude, ela foi amplamente criticada por não obedecer as regras que eram esperadas de uma “dama”e, principalmente, por ser lésbica. Devido ao machismo que prevalecia nas províncias francesas, a pintora teve que pedir permissão para usar calças e poder assistir às exposições de gado para conseguir inspirações para suas pinturas.
4- Eva Gonzalès (1849-1883)
A história da arte foi extremamente injusta com sua memória, já que ela foi muito mais reconhecida como modelo do que pela grande artista que era. Graças ao sucesso que teve em vida, principalmente pela atividade artística de seus pais, ela nunca teve um problema em entrar nas artes e andava cercada pela mais prestigiada elite parisiense. Sua carreira terminou abruptamente quando ela deu à luz uma pequena menina; Durante o parto, sofreu uma embolia e morreu.
5- Adrienne Marie Louise Grandpierre-Deverzy (1798 -1869)
Sob a influência do estilo “trovador”, esta pintora refletiu em suas pinturas momentos importantes da história de Paris. Devido à sua posição econômica estimável, ele foi capaz de exibir regularmente nas Prefeituras da Cidade Luz. Além de suas obras pictóricas, ela se dedicou a ensinar; Instruiu muitas outras mulheres na arte da pintura e foi um referência incontestável.
6- Céline Marie Tabary (1908 – 1993)
Sua infância marcou seu destino; sendo filha de um arquiteto, sua infância foi construída com amplo conhecimento de arte e geometria. Depois de estudar na Le Académie Julian em Paris, trabalhou como professora de arte para crianças. Ela era uma defensora assídua de arte afro-americana. Suas exposições atravessaram as fronteiras e chegaram a Washington e a algumas cidades europeias.
Fonte:
https://culturacolectiva.com/arte/pintoras-francesas-que-no-conocias/
Tradução:
Luiz Antonio Ribeiro