Publicado originalmente em 1988, Winnicott foi um dos primeiros trabalhos a descrever a obra do psicanalista e pediatra britânico Donald Winnicott. Combinando uma abordagem teórica rigorosa com a análise audaciosa de aspectos biográficos e clínicos, é uma porta de entrada para os interessados e uma chave de compreensão aos iniciados.
O livro, de Adam Phillips, com tradução de Breno Longhi e publicado no Brasil pela editora UBU, é a mais conhecida introdução ao pensamento de Donald W. Winnicott.

Ele retoma mais de quarenta anos de trabalho de Winnicott e enfoca os principais elementos presentes em suas contribuições. Phillips mostra, por exemplo, como Winnicott ampliou a visão sobre a psique individual para abarcar a relação mãe-bebê e o núcleo familiar como um todo.
Winnicott também dedicou atenção à função primordial desempenhada pelo ambiente no desenvolvimento saudável do indivíduo e sugeriu que o próprio “ambiente” – os pais, a família, a escola e assim por diante – podem fazer parte do tratamento psicanalítico, auxiliando o clínico e a própria criança no processo de recuperação. Phillips discute os conceitos inovadores que celebrizaram Winnicott, como “objeto transicional” e “verdadeiro e falso self”, lançando luz sobre a importância da espontaneidade, da intuição e do brincar tanto no processo de amadurecimento como na própria prática clínica.
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Combinando a habilidade de fornecer insights profundos com a generosidade na comunicação com uma audiência não especializada, Adam Phillips a um só tempo apresenta, honra e emula a atitude winnicottiana diante da psicanálise. O livro, portanto, é bibliografia obrigatória para qualquer winnicottiano ou pessoa que deseje ter um olhar abrangente e íntimo sobre o conjunto da obra de Donald Winnicott.
Sobre o autor:

Adam Phillips (19 de setembro de 1954) é psicanalista e ensaísta. Desde 2003, é o editor-geral das novas traduções de Freud para os Clássicos Modernos da Penguin. Phillips também é colaborador do London Review of Books. A crítica Joan Acocella descreveu Phillips como “o principal escritor psicanalítico da Grã-Bretanha”, opinião ecoada pela historiadora Élisabeth Roudinesco no Le Monde.