Uma das notícias mais tristes para quem ama a nossa literatura e nossa MPB: Morre, aos 79 anos, o poeta Antonio Cicero, imortal da ABL e grande letrista da MPB.
Ele foi diagnosticado com Alzheimer há alguns anos e, por conta disso, passou por diversas internações. Aos poucos, seu estado de saúde foi se agravando até que ele morreu na Suíça, ao lado de seu marido, Marcelo. Cicero é um dos dos poetas mais renomados do Brasil e colaborou com letras de algumas das principais canções de sua irmã, Marina Lima, como “Fullgás” e “Pra Começar”.
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Quem é Antonio Cicero?
Antonio Cicero Correia Lima, nasceu no Rio de Janeiro, 6 de outubro de 1945 é compositor, poeta, crítico literário, filósofo e escritor brasileiro. Em 10 de agosto de 2017 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.
É filho dos piauienses Amélia Correia Lima e Ewaldo Correia Lima. Seu pai foi um dos intelectuais fundadores do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), tendo sido também diretor do BNDE durante o governo JK. Em 1960, Ewaldo assume um cargo executivo no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que então acabava de ser criado, e toda a família se transfere para Washington, D.C.. Lá, Antonio Cicero fará seus estudos secundários.
De volta ao Brasil, Cicero começa a cursar filosofia na PUC do Rio de Janeiro e, depois, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. Em 1969, devido a problemas políticos, vai para Londres, onde conclui o curso de filosofia na Universidade de Londres. Em 1976, Cicero vai fazer pós-graduação na Georgetown University, nos Estados Unidos, onde estuda grego e latim, o que lhe permitirá ler no original clássicos como Homero, Píndaro, Horácio e Ovídio. Posteriormente lecionará Filosofia e Lógica, em universidades do Rio de Janeiro.
Antonio Cicero escreve poesia desde jovem, mas seus poemas só apareceram para o grande público quando sua irmã, a cantora e compositora Marina Lima, passou a musicou um deles.
Antonio Cícero na ABL
O escritor Antonio Cicero foi eleito no dia 10 de agosto 2017 para a cadeira 27 da Academia Brasileira de Letras (ABL), sucedendo Eduardo Portella, morto no dia 3 de maio deste ano. “Antonio Cicero é um dos escritores mais representativos da literatura brasileira contemporânea”, declarou o presidente da ABL, acadêmico Domício Proença Filho. Cicero foi eleito por 30 votos. Concorreram na eleição 22 acadêmicos – 12 por cartas. Antes de Cicero, os ocupantes anteriores da cadeira 27 foram: Joaquim Nabuco – fundador da cadeira e que escolheu como patrono Maciel Monteiro, Dantas Barreto, Gregório da Fonseca, Levi Carneiro e Otávio de Faria.