Em 2011, teve início uma história de amizade encantadora entre o pescador, João Pereira de Souza, e um pinguim-de-magalhães, espécie natural da Patagônia.
O homem encontrou o animal coberto de óleo e machucado numa praia em Ilha Grande, no Estado do Rio de Janeiro. Diante da situação, ele não mediu esforços para ajudá-lo, o que acabou criando um vínculo mais forte entre os dois. O pescador cuidou, tratou e esperou sua recuperação até que ele pudesse novamente retornar ao mar.
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Mas, para a surpresa de todos, meses após o resgate, o pinguim, batizado de Dindim, regressou a mesma praia e reconheceu o pescador. Desde então, o animal passou cerca de 8 meses do ano na companhia de Souza e, durante os outros meses, especulava-se que voltasse para o seu lar, localizado na costa da Argentina e do Chile. Para que esse trajeto fosse possível, os especialistas acreditavam que ele nadasse cerca de 8 mil km (ou 5 mil milhas), uma vez por ano, para visitar seu amigo humano.
Essa situação ocorreu até 2018, quando o animal deixou de aparecer. Mesmo após o desaparecimento de Dindim, Souza seguiu indo à praia todos os dias, na esperança de reencontrá-lo.
Essa relação, além de surpreender a população local, chamou a atenção de especialistas e de vários veículos do mundo todo, ganhando espaço na BBC, de Londres, e na CNN, dos Estados Unidos, inclusive, virou livro em cinco países.
Em entrevista, em 2016, o pescador comentou sobre a amizade inusitada: “Ele fica oito meses comigo, e quatro meses lá fora. Quando completa os quatro meses certinho, ele chega (…) Nunca vi um bicho criado no mar se apegar com uma pessoa como ele se apegou comigo”.
Em 2024, essa história motivou a produção cinematográfica internacional de “Meu Amigo Pinguim“. Com a direção do cineasta brasileiro David Schurmann, o filme foi gravado em Ubatuba, litoral Norte de São Paulo, e ainda contou com algumas cenas em Paraty, no Rio de Janeiro, e na Patagônia, na Argentina, local de origem de grande parte dos pinguins da espécie de Dindim. O ator francês Jean Reno e a atriz mexicana Adriana Barraza interpretam o pescador e sua esposa.
Especialistas acreditam, nesse caso, que a situação pode ter sido desencadeada pelo animal ter a percepção de que o pescador seria um igual ou, até mesmo, seu progenitor. De toda forma, essa aproximação só demonstra que os animais podem desenvolver vínculos duradouros com os humanos, mesmo que nem sempre mantenham contato diário.
Vale lembrar que o filme estreou nos cinemas em 12 de setembro de 2024. Assista ao trailer: