Vendido como “sucesso no TikTok”, o livro “A dama do destino”, escrito por Chloe Gong, tem todas as características dos famosos livros “vira página”, aqueles que fazem você ler rapidinho para descobrir o final.
Ambientado no universo de “Prazeres Violentos”, uma releitura de Romeu e Julieta na Xangai de 𝟷𝟿𝟸𝟶, o livro oferece uma continuação da história. Mas agora, o plano de fundo é um país dividido, em 1930, por uma guerra civil entre o partido nacionalista e os comunistas, que acaba sendo “interrompida” pela ameaça de dominação japonesa.
A narrativa tem como personagem principal Rosalind, uma jovem chinesa que, após ter sido ressuscitada pelo partido nacionalista chinês, acaba se tornando praticamente imortal. Sua pele é incorruptível, ela não envelhece e nem dorme. E a única forma de ser morta é por meio de venenos, o que a torna uma arma importante, ou melhor, uma assassina feroz.
Mas a moça acaba sendo obrigada a desempenhar um papel diferente: virar uma espiã. Ela se torna a esposa de mentira de Orion Hong, um charmoso e irritante homem, e ambos se infiltram em um grande conglomerado de comunicação. Ali, devem descobrir quem está matando homens na cidade e quais são os planos do Exército Imperial Japonês, ao mesmo tempo em que tentam não se apaixonar um pelo outro,
A Dama do Destino é um livro intrigante. Primeiramente, oferece todos os clichês das histórias policiais românticas, trazendo um mistério a ser desvendado, personagens enigmáticos, segredos e muitas mortes. O usual romance de personagens que se odeiam também está presente. Porém, o livro se passa em um lugar fora da Europa ou dos Estados Unidos, a China, nos apresentando uma cultura diferente do que estamos acostumados.
Juntando fatos históricos com uma narrativa bem fantasiosa, o livro às vezes pode deixar o leitor um pouco perdido, principalmente àqueles que ainda não leram as obras anteriores da saga. Porém, com um pouco de esforço do leitor, é possível sentir o clima da história e começar a compreender os fatos passados ali narrados. Já os leitores fiéis de Chloe Gong irão se deleitar com várias referências.
Em suas 544 páginas, “A dama do destino”, entrega o que prometeu: uma trama envolvente, mas pouco aprofundada. É bem direcionada para um público jovem, que busca narrativas envolventes e que gostam de compartilhar suas leituras em comunidade. Porém, para muitos, principalmente os mais críticos, é um livro que não traz nenhuma novidade surpreendente. Inclusive, o livro possui uma sequência, então vamos esperar para ver o final desta história.
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