Esta é uma foto do encontro entre Cora Coralina e Jorge Amado, em 1977.
É preciso dizer que Cora Coralina, antes de mais nada, passou a maior parte da vida como doceira e poetisa. Ela viveu no anonimato quando resolveu, com quase 90 anos, enviar para Jorge Amado uma carta e alguns dos doces que fazia. Assim que o Baiano, que morava em Salvador, recebeu os mimos e resolveu agradecer a escritora. Primeiramente, ele escreveu uma carta. Depois aparecendo na casa da poetisa, pra comer mais doces e conhecer a grande escritora pessoalmente.
Junto com sua esposa Zélia Gattai, Jorge Amado foi até Goiás Velho, terra de Cora, e passou dois dias ao lado de sua colega de letras.. Eles saborearam muitos doces jogando papo pro ar. Em seguida, Jorge também mostrou alguns de seus rascunhos. Além disso, também conferiu alguns poemas criados pela nova amiga, em sua adolescência.
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Segue a carta, de agradecimento de Jorge Amado:
“Prezada amiga, dos doces posso dizer que são sublimes e divinos e ainda digo pouco. Mas da gentileza de enviá-los, nada posso dizer, faltam-me as palavras para agradecer tanta civilização. A senhora é uma artista, admirável em sua arte, a mais nobre das artes, a da culinária.
Ao demais, sinto-me feliz de contar com mais uma amiga em Goiás – eu e minha mulher, Zélia. Receba um beijo dela e outro afetuoso de Jorge Amado”.
Por fim, a visita foi uma grande troca de experiências e degustação de doces, selava o encontro de dois grandes nomes da literatura brasileira.
Texto original de Joel Paviotti