No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, o drama de uma adolescente identificada como Christiane F. ganhou as manchetes na Alemanha, deixando o país em estado de choque. O livro autobiográfico de 1978 Wir Kinder vom Bahnhof Zoo (traduzido no Brasil para Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída) foi considerado escandaloso, mas chamou a atenção sobre como a sociedade alemã estava falhando com suas crianças.
Embora o livro tenha sido realmente escrito por dois jornalistas da revista alemã Stern, com base em dias de entrevistas com a protagonista Christiane Felscherinow, a narrativa em primeira pessoa se revelou um relato perturbador da realidade do uso de drogas e suas consequências.
Veja também: ‘A droga da obediência’: um clássico escolar e a sua crítica ao poder
O livro conta a história de Christiane que, aos 13 anos, era uma usuária de heroína que se prostituía para conseguir manter seu vício. A menina ja havia passado pela prisão e tentado se desintoxicar várias vezes sem sucesso. Sua história foi adaptada pro cinema, mas os diretores foram acusados de romantizar o seu estilo de vida.
Christiane, anos depois, publicou outro livro em que revela que nunca conseguiu abandonar a dependência química e que passou a vida com muitas dificuldades, tendo como sustento os direitos de venda dos livros e exibição dos filmes.
Veja também: