Se há uma área em que as crianças estão bem contempladas no Brasil, esta área é o cinema. Seja como complementos para as lições de escola ou para transmitir mensagens que não passam pelos bancos escolares, nosso cinema infantil se mostra rico, unindo o útil ao agradável. Todos os anos parecem sair novos filmes educativos para crianças. Ano passado estreou “Teca e Tuti em Uma Noite na Biblioteca”, apresentando os pequenos ao mundo de inesgotáveis aventuras da literatura. Este ano, é a vez de “Thiago e Ísis e os Biomas do Brasil”, um filme com três episódios passando pelo Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica.
Em Brasília, vivem com o pai, João, os irmãos Thiago e Ísis. Ele tem espírito de detetive, enquanto ela está enfrentando os desafios de começar numa escola nova. Ela precisa escolher um animal do Cerrado como tema para um trabalho escolar, o que leva a família ao zoológico da capital federal. Lá, Ísis conhece Pequi, filhote de lobo-guará prestes a voltar para a natureza, que não apenas a ajudará no trabalho, mas ensinará a menina sobre as vantagens e desvantagens de ser um lobo solitário.

No segundo episódio, João leva a família até o Pantanal para buscar uma onça fugidia. A missão também inspira Thiago, que está planejando fazer um filme com Pôncio, sua onça de pelúcia.
No terceiro episódio, a família vai passar férias na casa da avó no interior do Rio de Janeiro, onde encontram e fazem amizade com um mico-leão-dourado que batizam de Douradinho. A missão da vez será ajudar o novo amigo a reencontrar sua família.
Há a sempre bem-vinda interação dos bonecos com o ambiente e outras pessoas. Por exemplo: ao contrário da atriz que interpreta a funcionária do zoológico no primeiro episódio, os responsáveis pelas ONGs apresentam curioso traquejo em frente às câmeras. Também há sequências em animação 2D com música para apresentar ou reforçar conceitos. E os personagens secundários de cada história – Pequi, Pôncio e Douradinho – têm versão “animal” e versão em boneco para dialogar com Thiago e Ísis.

No segundo episódio, Ísis mostra sua versão influencer para fazer uma ponte com a realidade das crianças, que já nascem expostas em redes sociais e desde muito cedo, para o bem ou principalmente para o mal, acompanham este mundo de influenciadores do Instagram, TikTok, YouTube e outros. A mensagem, contudo, não é nova: Ísis só aproveita a aventura quando se desconecta, deixa o celular de lado e presta atenção às maravilhas ao seu redor.
A técnica e apresentação de “Thiago e Ísis e os Biomas do Brasil” me lembrou de um dos meus conteúdos educativos favoritos: os curtas com bonecos da série 500 Anos. Feitos pela Fundação Joaquim Nabuco em comemoração ao quinto centenário do descobrimento do nosso país pelos portugueses, esta série educativa criou bonecos para representar os fatos e feitos dos maiores nomes da nossa História. Fiquei especialmente encantada ao ver na minha frente o boneco da série que representa Pedro Álvares Cabral quando visitei o Memorial do Descobrimento na Bahia.
Dos sete biomas do Brasil, três foram contemplados no filme. Ainda há muito a ser descoberto, visitado e explorado. Ao final do filme, deixam-nos com gostinho de quero mais e fazem uma promessa com oito letrinhas: continua…
Revisado por Mariana Perizzolo
“Thiago e Ísis e os Biomas do Brasil” estreia nos cinemas em 24 de julho. Confira o trailer:
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