O historiador Leandro Karnal é um grande estudioso da obra de Hamlet. Em uma palestra no programa da TV Cultura Café Filosófico, ele menciona Hamlet, o clássico de William Shakespeare como sendo o “anti-facebook”. Suas colocações provocadoras e repletas de ironia nos ajudam a colocar o pensamento do mundo em nosso tempo, atualizando-o e tornando-o palpável.
O blog Prudenciana, de Dayane Prudenciana, destrinchou a palestra de Karnal e separou as principais reflexões de Karnal a respeito de Hamlet, dividindo o pensamento em uma série de tópicos, entre eles felicidade, política, loucura. O blog contém uma série de outras postagens incríveis, acesses para ver.
Confira aqui as reflexões de Karnal:
FELICIDADE vs MELANCOLIA
“Os otimistas são mal informados”
“Todas as festas são um barulho alto para impedir que eu expresse a melancolia densa e profunda da minha existência”
“Todos os problemas que vemos na televisão são problemas falsos para que não vejamos os reais problemas”.
“Que todas as fotos exibidas nas revistas são enganos de consciência, para que eu não veja o que eu não quero ver: o rosto da medusa”.
FACEBOOK, PALCO & ESPELHO
“A solidão da consciência moderna”
“Obsessão pelo potássio da modernidade”
“maracujás de gaveta”
“Quanto mais eu escrever e compartilhar potássio é sinal de que eu estou triste, triste, triste”
“Eu preciso que o mundo inteiro curta a vida que eu não estou curtindo”
“Preciso que o mundo inteiro me diga que a vida que eu próprio estou achando insuportável e se muitas pessoas me disserem isso, eu consigo evitar que o resto seja silêncio, eu consigo evitar a solidão, e eu consigo finalmente descobrir que eu vivo em sociedade, mas que a minha consciência é minha, e meu projeto é meu, a minha vida é absolutamente minha, ela é resultado das minhas escolhas, que o meu eu é imperativo, que eu estarei onde eu desejar, que eu construirei a família que eu desejar, a partir de uma série de reflexões e ações que vão interagir com o real, que vão interagir com a indecisão das outras pessoas.”
LOUCURA
“Escreveu em espírito Foucaltiano um filósofo que nós estabelecemos hospício a partir do século XIX para que nós pudéssemos ter a certeza de que os que estão lá dentro é que são loucos, ou por consequência, e conclusão lógica, eu não sou.”
“Se eu não estou no hospício há uma chance grande de eu não ser louco”
“É preciso ser louco para dizer o óbvio”
Erasmo no Elogio da Loucura
“Os esquizofrênicos na década de 70 andavam pelo pátio com celulares, eram apenas visionários”
“Os loucos eram apenas faraós da Raça = Câmeras filmando os com síndrome persecutória”
POLÍTICA & CORRUPÇÃO em HAMLET
“Há algo de podre na Dinamarca”
Hamlet
“Todo estado tem algo de podre” Polônio
“a corrupção não está a cargo de um partido. A corrupção começa quando […] e continua quando […] e o último elemento da corrupção é chegar ao partido, ou seja, é a ponta do iceberg.”
“A mudança de um governo não é a mudança de uma estrutura”
“A corrupção nos torna covarde, vamos tendo medo e consciência do mundo.”
“Se a minha honra está no ano do carro, há algo de podre no reino da Dinamarca.”
“Um homem que domina a si é um homem a quem Hamlet entregaria o seu coração”
AMOR MIOJO
“Romeu e Julieta um amor de domingo à quinta”
“Um animal olhou para o outro e se descobriu parte da manada”
ENVELHECER
“Guarda-chuvas é sinal de idade”
“O medo nos protege”
Link original:
https://prudenciana.wordpress.com/2015/10/04/26-reflexoes-a-luz-de-hamlet-o-anti-facebook-por-leandro-karnal/