A profecia animal, obra de Nelson Cruz publicada pela editora Peirópolis, une literatura, arte e reflexão. Com imagens marcantes e um texto que nos convoca a ouvir o que temos silenciado, o autor imagina uma revolução inesperada: animais de todas as espécies se unem para alertar a humanidade sobre os impactos de suas ações no planeta.

Acontecerá um dia, em algum lugar do planeta: alguém, criança ou adulto, perceberá que algo incomum está acontecendo com os animais…
Nesta fábula ilustrada, Nelson Cruz imagina um momento em que animais de todas as espécies se aproximam uns dos outros em prol de um bem comum. Sem brigas ou estranhamentos, eles se unem para reivindicar mudanças urgentes em nosso mundo.
Ambientado em um planeta devastado pela ação humana, A profecia animal nos provoca a refletir sobre as viradas de chave necessárias para a sobrevivência de todos. Como seria recebida essa nova revolução dos bichos pelos seres humanos? Estaríamos dispostos a aceitar os protestos dos animais?
Com um texto poderoso e imagens belíssimas, o livro convida seus leitores a habitar, ao mesmo tempo, o terreno do sonho e da reflexão sobre a ética do cuidado e da atenção a todos os seres vivos. O resultado é uma obra que emociona e presenteia seus leitores com grandes doses de esperança — um chamado irrecusável, porque necessário e permeado de beleza, atestando que a arte existe também para nos salvar.

Entrevista com o autor
Peirópolis: Nelson, vamos conversar um pouco sobre sua nova obra, A profecia animal. Como ela nasceu? O que o motivou a escrevê-la? Pode nos contar um pouco sobre a história?
Nelson Cruz: Das tantas lembranças que carrego em minha cabeça, uma eu não consigo esquecer: um passeio que fiz com amigos ao zoológico de Belo Horizonte no início dos anos 1980. Logo na entrada, me deparo com uma pequena e apertada jaula, totalmente inadequada para qualquer animal estar, e dentro dela um babuíno com o olhar mais entristecido e angustiado. Ele olha para mim e eu sinto sua dor de estar privado de sua vida, sua liberdade. Nunca esqueci aquele instante. Aquela cena foi suficiente para mais tarde surgir em mim essa história.

P: Neste livro, assim como em outros de sua autoria, você é autor do texto e ilustrações. Como seu deu a relação entre essas duas linguagens? Enquanto você escrevia, já pensava nas ilustrações?
NC: Nesse caso, a história e as ideias das ilustrações foram nascendo juntas. Ao longo do tempo, algumas ideias foram repensadas, retrabalhadas. Fazer e refazer faz parte do processo de criação.
P: Sobre as ilustrações deste livro, o que acha importante destacar sobre o processo criativo das imagens?
NC: Destaco nas ilustrações o humor que procurei estabelecer no traço para poder passar a condição dos animais que desejava retratar.
Entrevista realizada pela Editora Peirópolis. Para ler a entrevista completa, acesse o site da editora aqui!
Sobre o autor:

Nelson Cruz é artista plástico, ilustrador e escritor. Natural de Belo Horizonte, atualmente reside e trabalha em Santa Luzia, MG. Ao longo de 35 anos de carreira no mercado editorial, recebeu diversos prêmios, entre eles os da Associação Paulista de Críticos de Arte, Academia Brasileira de Letras, Biblioteca Nacional, Prêmio Monteiro Lobato, Revista Crescer, Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil e o selo Cátedra Unesco de Literatura da PUC-Rio. Em 2021, seu livro Sagatrissuinorana, em parceria com João Luiz Guimarães e publicado pela Editora ÔZé, recebeu o Prêmio Jabuti nas categorias de Melhor Livro Infantil e Melhor Livro do Ano. Em 2020 e 2024, foi indicado pela FNLIJ como representante brasileiro ao Prêmio Hans Christian Andersen de Ilustração, sendo selecionado como finalista nesta última edição.

