Em Sobre desistir, o renomado psicanalista Adam Phillips explora a desistência em suas inúmeras facetas – a renúncia, o abandono, o sacrifício, a interrupção –, recorrendo a exemplos da vida cotidiana, da literatura, da filosofia e da teoria e clínica psicanalíticas para destacar tanto o aspecto admirável como o perturbador desse ato ainda pouco estudado.
O autor interpreta o ato de desistir como uma barganha entre diferentes desejos, argumentando que “há sempre uma negociação imaginária em curso: ao abrir mão de alguma coisa, abre-se espaço para outra”. Se é esse o caso, por que tanta aversão à desistência? Phillips explica que mesmo a desistência em situações cotidianas é remetida à forma máxima de desistência representada pelo suicídio e questiona o que estamos dispostos a abandonar para nos sentirmos mais vivos – e evitar as alternativas da morte ou da morte-em-vida.
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Ao perguntar o que realmente significa desistir e como essa decisão pode moldar a vida de uma pessoa, o autor propõe reflexões profundas sobre o esforço que empenhamos para alcançar nossos ideais, as bifurcações com que deparamos ao longo da vida e o sentido que conferimos a nossos sonhos e nossas escolhas. Analisando a obra de autores como Kafka, Shakespeare, Nietzsche e Freud, o autor desvela a ambivalência inerente à busca da satisfação de nossos desejos e como a noção de desistir pode revelar nossa complexidade emocional e moral.
Escrito na prosa envolvente que se tornou a marca registrada do autor, Sobre desistir é uma exploração provocativa e instigante que desafia concepções convencionais e presenteia os leitores com reflexões que ecoam muito além das páginas, desafiando-os a repensar o que significa, verdadeiramente, desistir de certas coisas, e em nome de que desistimos – ou nos recusamos a desistir.
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Sobre o autor
Adam Phillips (19 de setembro de 1954) é psicanalista e ensaísta. Desde 2003, é o editor-geral das novas traduções de Freud para os Clássicos Modernos da Penguin. Phillips também é colaborador do London Review of Books. A crítica Joan Acocella descreveu Phillips como “o principal escritor psicanalítico da Grã- Bretanha”, opinião ecoada pela historiadora Élisabeth Roudinesco no Le Monde.