O caso Andy Murray: o que o tênis pode ensinar pra gente que é apaixonado por arte?
Uma curiosidade minha que não sei se muita gente conhece é minha paixão pelo tênis. Acho o tênis o esporte mais importante pra se conhecer as várias faces do ser humano, além de ser um esporte belíssimo de se assistir.
Não confio em intelectual que não gosta de esporte porque é a bola que equilibra a palavra. Qualquer lado que ganha, quem perde é a gente. Dentro do tênis, esse cara aí é um exemplo. Ele se chama Andy Murray, foi um dos maiores do mundo jogando na geração mais difícil de todas, com Federer, Nadal e Djokovic.
Murray está chegando no fim da carreira e já passou por diversas contusões, tendo inclusive apenas um dos quadris, como ele diz. Nesse momento, ele vê o seu desempenho caindo, mas seu amor pelo esporte continua lá em cima. Em entrevistas, disse que não tem vergonha de jogar torneios menores, porque enquanto puder e quiser jogar estará em quadra. Ontem, em um dos jogos mais lindos da temporada, e que me fez gritar várias vezes, Murray machucou um tornozelo.
Caiu, chorou, se contorceu, pediu atendimento e voltou. Voltou e quase ganhou, perdeu naqueles jogos que se Deus existisse não deixaria ele perder. Essa semana, ele postou: “Ontem, perto do final da minha partida em Miami, eu sofri uma ruptura completa do meu ligamento talofibular anterior e quase completa do ligamento calcaneofibular…”
E não satisfeito, arrematou: “Eu vou voltar com um quadril e sem ligamento no tornozelo quando for o tempo certo”.
Vejo Murray pra ser aprendiz. Pra tentar aprender a viver por alguma coisa.