Comumente notícias sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não são destaque nos maiores veículos da mídia. Pouco tempo atrás, grande parte dos brasileiros soube que o MST é o maior produtor de arroz orgânico da América Latina, no entanto, uma matéria já havia sido publicada no site da BBC em 2017. O desconhecimento de diversas ações não só limita a visibilidade como também pode levar a estigmatização do movimento.
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Um dos exemplos divulgado recentemente trata-se de uma escola que ficou entre os 10 melhores projetos de inovações pedagógicas no Brasil. A escola Cândida Oliveira Luz, localizada no acampamento Porto Pinheiro, em Porto Barreiro, no Paraná, tornou-se finalista no 6º Prêmio Territórios Tomie Ohtake Escolas Premiadas. O projeto indicado para premiação traz a perspectiva da educação do campo do MST. Nesse caso, o trabalho não se restringe apenas à escola, mas a vida em comunidade, que abrange, inclusive, os saberes e conhecimentos das famílias, demonstrando que os sujeitos são agentes ativos dessa construção.
“Para nós, só o fato de uma Escola do Campo, uma escola multisseriada, uma escola velha de madeira que muitas pessoas olham e falam ‘como é que vocês conseguem trabalhar aí dentro?’. Estar entre os dez melhores projetos do Brasil já é motivo de orgulho. Então nos consideramos vitoriosos pelo fato de estarmos selecionados entre os dez melhores projetos”, destacou René Rigon, professor na escola.
Em outubro, a escola irá receber uma equipe de cineastas do Instituto Tomie Ohtake para desenvolver um documentário com o objetivo de apresentar o local, o projeto e o papel da escola na vida da comunidade. Além disso, destacará também as ações proporcionadas com o acesso à terra como a construção de moradias, geração de renda, alimentação saudável e atuações de solidariedade do MST. Em dezembro, em São Paulo, serão conhecidos os projetos de inovações pedagógicas premiados. A iniciativa foi idealizada e coordenada pelo instituto com patrocínio e parceria de diversas empresas.
A escola
Para continuar resistindo às adversidades, a escola investe em inúmeros projetos e busca parcerias para melhorar a sua estrutura e manter a qualidade do ensino. Com os projetos, a escola alcançou várias realizações como o parque infantil, a rede de água e irrigação da horta, além de bens tecnológicos, brinquedos, acervos, jogos para educação física e livros de literatura infantil. Mesmo após 24 anos de ocupação, a área ainda segue em disputa e as famílias continuam na luta pela efetivação do assentamento.