Zé Celso estreia espetáculo baseado no clássico de Samuel Beckett, Esperando Godot
Esperando Godot no Fim do mundo mundo estreia no Teatro mais bonito e intenso do mundo dia 5 de maio para uma curtíssima temporada! O Teatro Oficina, em montagem inédita em São Paulo, traz um Godot de encruzilhada, e a entidade do Mensageiro, interpretada por Tony Reis, salta como uma catalisadora da ação anti-paralisia.
A peça marca o retorno de Alexandre Borges a um espetáculo da companhia depois de quase 30 anos. O ator viveu o Rei Cláudio na montagem de Ham-let, de William Shakespeare em 1993, espetáculo que reinaugurou o Teat(r)o Oficina, com o atual projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi e Edson Elito.
Escrita pós Segunda Guerra Mundial, nasce para o mundo mais uma vez, como sempre surgiu, entre guerras, estremecendo nossas inércias e os abismos que nos circundam.
Esperando Godot é uma peça de forte simbologia para a Companhia – foi o último espetáculo de Cacilda Becker (1969), força motriz de criação para as muitas gerações de artistas do Teat(r)o Oficina. Esperando Godot marca também a volta aos palcos de Zé, como sua primeira direção de teatro depois de 2 anos desde a suspensão imposta pela pandemia. Depois de quase dois anos à espera e à espreita da chegada do grande público, a companhia se prepara para receber coros de multidão no teatro sanduíche do Sesc Pompeia, para des-esperar Godot, em teatro.
a espera é um estado pra lá
Pra lá de Bagdá – Luiz Fernando Guimarães
nunca espere
aja, ágil
O Teat(r)o Oficina completou 63 anos de existência. No teatro se encarnam as entidades do mundo que atravessam as épocas, os corpos, as guerras e a peste, criando novos mundos, imaginando, experimentando e interpretando a vida a partir do fogo dos que vieram antes de nós e dos que nos esperam adiante. No Brasil, no mundo, muitas vidas estão agora sob grande ameaça. Estados assumem sua ação em políticas de morte. Todos os povos que neste momento, e desde há muito, pulsam suas existências e se insurgem contra as violências institucionais estão sob a mira da extinção, do apagamento, do desaparecimento forçado. Os povos da cultura, seus operários-criadores, os povos do teatro, das artes, também são foco de extermínio e soterramento.
A Árvore que está presente no Beckett é uma personagem muito importante na montagem de 2022, totem das transmutações do tempo, é um sujeito que catapulta ações na cena e fora dela. Tem correspondências diretas com a árvore plantada por Lina Bo Bardi, nos anos 80, nas terras internas do chão do Teat(r)o Oficina: uma Cesalpina; faz ligação direta, ainda, com o abacateiro tombado pela tempestade e que insiste em germinar e dar frutos, na horizontal, mais vivo do que nunca, no último chão de terra livre do centro de sp, entre as ruas jaceguai, japurá, santo amaro e abolição. A Árvore de Esperando Godot é o que insiste e reexiste como força cosmopolítica de insurreição da vida, como o rio Bixiga, que corre a 4m do chão, no epicentro das terras verdes que circundam o Teat(r)o Oficina.
Veja também: 6 vídeos com as peças curtas de Samuel Beckett
Esperando Godot de Samuel Beckett
Tradução: Catherine Hirsch e Verônica Tamaoki
Direção: José Celso Martinez Correa
Elenco
Estragão – Marcelo Drummond
Vladimir – Alexandre Borges
Pozzo – Ricardo Bittencourt
Felizardo – Roderick Himeros
Mensageiro – Tony Reis
TEMPORADA NO TEATRO OFICINA
de 05/05 a 19/06
horários: Quinta a Sábado 20h
Domingo 18h
ingressos:
quintas e sextas:
R$ 60 inteira
R$ 30 meia (estudantes, aposentados, professores e artistas)
R$ 25 moradores do Bixiga (necessário comprovante de residência)
sábados e domingos:
R$ 80 inteira
R$ 40 meia (estudantes, aposentados, professores e artistas)
R$ 25 moradores do Bixiga (necessário comprovante de residência)
Vendas
https://site.bileto.sympla.com.br/teatrooficina/
local: Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona – rua Jaceguai, 520 – Bixiga, São Paulo, SP
duração: 3H30 (com intervalo de 15 minutos)
indicação etária: 14 anos
Quem aí também quer assistir a montagem de Zé Celso para Esperando Godot? Deixe seus comentários! :)