Uma notícia muito triste para o mundo dos livros. Faleceu um dos maiores poetas e defensores da Amazônia, Thiago de Mello. Ele tinha 95 anos de idade e a causa da morte ainda não foi revelada. A informação foi confirmada no Twitter pelo senador Plínio Valério.
“Hoje é um dia escuro, mas o nosso poeta continuará cantando, agora, acompanhado e anjos e querubins. Seu legado de versos e poesias eternizado nos corações de todos”, escreveu o senador
Thiago de Mello foi homenageado pela 34º Bienal de São Paulo, em setembro do ano passado. O tema da edição era “Faz escuro mas eu canto”, verso escrito pelo poeta em “Madrugada Camponesa”, de 1965.
Luta contra a ditadura
Em 1 de abril de 1964, foi instaurado o regime militar no Brasil. Nesse dia, o poeta amazonense Thiago de Mello se encontrava no Chile, em exílio em uma das casas de Pablo Neruda – seu grande amigo –, e ouvia ao discurso de João Goulart. No mesmo dia, escreveu o poema “Estatutos do Homem (Ato Institucional Permanente)”, dedicado a Carlos Heitor Cony, um dos primeiros jornalistas a denunciar a ditadura militar em sua coluna para o jornal Correio da Manhã. Thiago de Mello viveu em exílio até 1978.
Ouça o poema recitado pelo próprio autor aqui!
Alguns poemas de Thiago de Mello
Dentre suas obras mais conhecidas estão: Faz escuro mas eu canto (1965), A canção do amor armado (1966), Poesia comprometida com a minha e a tua vida (1975), Os estatutos do homem (1977) e Mormaço da floresta (1984). Em 1975, o livro Poesia comprometida com a minha e a tua vida foi premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte. Essa premiação possibilitou que o escritor fosse reconhecido internacionalmente como um intelectual engajado na luta pelos direitos humanos.
Leia alguns poemas do poeta aqui!