Um grande mural, prestes a ser finalizado, feito pelo artista e ativista Mundano, faz uma releitura da obra “O lavrador de café”, de Cândido Portinari.
A obra denominada de “O Brigadista da Floresta” retrata o cenário de devastação com árvores cortadas, esqueletos de animais, caminhões carregados de toras de madeira e fumaça. O painel está localizado na Rua Capitão Mor Jerônimo Leitão, 108, em São Paulo.
As cinzas coletadas dos incêndios nos últimos meses de biomas como Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica foram trituradas e misturadas em água e tinta. Após esse processo, as tintas são aplicadas na superfície.
“A expedição saiu de São Paulo e percorreu mais de 10 mil km por quatro biomas – Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica – para coletar as cinzas da floresta. A gente encontrou ossadas, mandíbulas, dentes, espinha dorsal. Então, dá pra sentir a dor. Essas árvores foram queimadas vivas, esses animais foram queimados vivos”, relatou Mundano para o site G1.
Além de homenagear os brigadistas que atuam no combate ao fogo, o objetivo da ação é denunciar a destruição das florestas brasileiras pelas queimadas.
“A gente quer pegar essas cinzas da floresta e transformar em ‘artivismo’ para defender, preservar e para homenagear todos e todas que defendem a floresta de pé. Sem floresta, não tem água; sem água, não tem vida”, destacou o artista.
Em 2020, Mundano fez um mural com a releitura da obra Operários, de Tarsila do Amaral, em homenagem aos trabalhadores da cidade de Brumadinho. A tinta foi misturada à lama formada pelo rompimento da barragem. Veja a matéria completa AQUI.
Confira a entrevista com o artista: