O que um livro de fantasia deve conter? Um mundo mágico? Aventuras? O desejo de salvar o mundo ou a tentativa de impedir que alguém o destrua? Creio que de tudo um pouco, não? A Herdeira do Vento e o Tesouro Celeste é uma obra de fantasia que agrada este leitor, mas também aos leitores dos grandes clássicos da literatura. O livro, publicado pela NotaTerapia Editora, por Jefferson Navarim, conta a história da filha de um dos piratas mais cruéis que já existiu. Um dia, ela recebe a pior das heranças. Agora dona de um aeronavio e líder de sua tripulação com uma longa vida de crimes, Ven Gaoithe ainda decidindo se deve ou não abandonar o caminho que lhe foi imposto e parte em uma jornada a procura do maior tesouro perdido da história. Em sua jornada cheia de traições e morte, ela encontra evidencias de que o mundo cheio de mistérios em que vive pode ser bem diferente do que todos imaginam e que os pecados de seu pai lhe assombrarão para sempre.
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O NotaTerapia fez uma incrível entrevista com o autor. Confira:
N – Em poucas linhas, o que é o seu livro A Herdeira do Vento e o Tesouro Celeste?
É um livro de fantasia e aventura que envolve piratas dos céus e a busca por um tesouro, em tese é uma aventura clássica, entretanto a aventura também é o pano de fundo para a história de uma jovem mulher tentando descobrir não apenas o seu caminho no mundo, mas que também acaba precisando descobrir mais sobre o mundo que está em seu caminho.
N – Quando você começou a escrever e quais as motivações que te levaram a escrever seu livro?
Desde pequeno eu sempre fui muito influenciado por livros, eu tive um período no meu primeiro emprego em que eu tinha muito tempo vago e para não passar horas olhando para as paredes, eu decidi usar meu pequeno salário e comprar tudo o que podia de literatura clássica em um sebo próximo. Passei o final da minha adolescência e o início da minha vida adulta lendo literatura Russa, como Dostoievski, Tolstoi e Gogol, e outros clássicos de várias nacionalidades, como Proust, Melville, Faulkner e dezenas de outros, mas eu mentiria se não contasse que o que realmente me fisgou na literatura foi Douglas Adams, J.K. Rowling, Tolkien, Gaiman, Lovecraft e outros autores que mais hoje em dia são pops (na época eram um pouco menos). Embora, até hojem Truman Capote seja meu autor favorito, ao lado de Neil Gaiman.
Apesar de ter começado a ler literatura clássica por pura “vaidade intelectual”, eu realmente me apaixonei por literatura pop, especialmente pelo gênero fantasia e isso me influenciou a querer criar nessa área também quando eu estava entre meus 17 a 20 anos. Trabalhar com jornalismo, entretanto, foi um fator para ter prazer em escrever e que me fez começar a escrever melhor do que antes. Escrevi muitas coisas ruins quando comecei e embora tenha certeza que sempre vou estar buscando melhorar, finalmente tive coragem e estava satisfeito com uma obra o suficiente para enviar para uma editora, que foi o caso com A Herdeira do Vento.
N – Qual você acha que é e deveria ser o papel da literatura no mundo de hoje?
Pergunta difícil!! (risos) A literatura é com certeza uma das artes mais abrangentes que existem, talvez não apenas “uma das” e sim a mais abrangente de todas, ela é fácil de ser consumida, não exige grandes riscos de produção e cumpre diversos papeis, sejam eles filosóficos, antropológicos, investigativos, de marketing e de puro entretenimento.
Hoje não há mais limites para literatura, nem mesmo a linguagem é uma barreira tão grande quando com um clique você traduz qualquer coisa ainda que de forma imperfeita. A literatura como arte, só tem a crescer com as mudanças e novidades tecnológicas que temos, ainda que muitas pessoas confundam os vários formatos em que a literatura pode ser consumida, com a literatura em si.
N– Quais os(as) escritores (as) que te marcaram e influenciaram tanto na vida quanto na feitura de A Herdeira do Vento e o Tesouro Celeste?
No início de minha vida como leitor, o autor que mais me influenciou foi Capote, até hoje A Sangue Frio é um dos meus livros favoritos e ler esse livro foi uma das minhas muitas influencias a tentar seguir uma carreira de jornalista. Mas o que me fez decidir começar a escrever foram os escritores pops, mais especificamente os escritores de fantasia. Todos os livros que escrevi quando comecei a me testar nessa área eram muito “Tolkinianos”, a maioria deles eram ruins, já cheguei a jogar livros de quase mil páginas fora porque eles se pareciam muito com O Senhor dos Anéis, mas mesmo quando eu amava uma obra que tinha escrito, havia muito de J.R.R. Tolkien nela e eu a descartava. Por outro lado, meu autor favorito sempre foi Neil Gaiman, eu costumo dizer que a melhor coisa que já li no gênero fantasia não foi um livro e sim as HQs de Sandman.
Para escrever A Herdeira do Vento, porém, eu tentei evitar ao máximo influencias de Tolkien e de Gaiman, obvio, que tendo lido os dois autores pela maior parte da vida, não dava para evitar isso completamente, mas eu tentei achar minha própria voz com esse livro. Se eu tivesse que citar obras que me influenciaram enquanto eu escrevia esse livro em especifico, eu falaria por dias, tem referências à várias obras e autores, tanto na literatura quanto no cinema e até nos games, porém, a essência geral eu poderia dizer que foi certamente inspirada em Avatar: A Lenda de Aang e A Lenda de Korra, dois dos melhores desenhos animados já feitos e com estéticas tão próprias e personagens cheios de coração e vida. Quando eu terminei de assistir essas duas obras eu pensei imediatamente “a próxima coisa que eu escrever tem que ter esse nível de qualidade, esse tipo de mundo e personagens”. Espero ter conseguido.
Hoje em dia eu estou apaixonado pelas obras de uma autora inglesa chamada Susanna Clarke, ela tem apenas um romance publicado e vários contos, mas tudo o que ela escreve é brilhante.
N – Este é apenas o primeiro volume da obra. O que os seus leitores podem esperar do próximo volume?
Eu escrevi o primeiro volume de A Herdeira do Vento de forma bem simples, ele não é um livro longo, ele tem uma premissa clássica e apesar de ter algumas pontas soltas, não há nenhum cliffhanger forte o bastante para que ele não funcione como livro único para quem quer ler apenas uma história rápida. Por outro lado, as coisas que eu mais gosto no livro são os personagens, especialmente a protagonista e o mundo onde a história se passa e nas obras posteriores o foco seria construir isso de forma mais profunda e fazer o livro em si muito mais complexo.
Para fins de comparação, se pensarmos no primeiro Harry Potter, ele é um livro bem light e simples, comparado a ele os dois últimos livros da saga de Rowling são extremamente complexos, provavelmente a diferença entre o primeiro A Herdeira do Vento e o próximo volume vai ser nesse nível, os personagens estão lá e o mundo está lá, agora a ideia é se aprofundar em ambos e contar histórias bem maiores e ainda mais interessantes.