Em 1977, o diretor francês François Truffaut lançava seu filme O Homem que Amava as Mulheres. Um sucesso instantâneo, o filme passou a ser uma das principais referências da nouvelle vague. Logo após o sucesso, Truffaut resolve pegar seu roteiro e adaptar para literatura: assim nasce O Homem que Amava as Mulheres, a versão “cine-romance” da obra cinematográfica.
O livro conta a história de Bertand, um homem que dedica a sua vida para conquistar mulheres. Como grande galanteador, Bertrand resolve escrever um livro contando suas principais conquistas e o que lemos é justamente a narração destas histórias por Bertrand. O Homem que Amava as Mulheres é uma adaptação/paródia do mito do Don Juan, a figura clássica conhecida como um grande conquistador de mulheres, Como afirma Otavio Frias Filho, que apresenta a obra, a atualização do Don Juan se dá por conta desta figura ser “um eterno presente, como a melodia que existe enquanto é tocada.” Um incrível obra de um dos maiores mestres do cinema.
O NotaTerapia separou as melhores frases da obra:
As pernas das mulheres são compassos que percorrem o globo terrestre em todos os sentidos dando-lhe equilíbrio e harmonia.
Acho que deve ser difícil recusar qualquer coisa para você. Tem um jeito especial de pedir. É como se sua vida dependesse disso.
O tempo que passa nos dá golpes muitos duros, nossos rostos não se estragam como os dos lutadores de boxe, mas é a mesma coisa e acontece comigo como com todo mundo. Não aceito a degradação da vida, ou antes, não aceito que o amor se acomode a isso.
Para mim, não existis nada mais bonito de se olhar que uma mulher andando, desde que com um vestido ou uma saia que mexesse o ritmo do seu andar.
Você tem razão, você é livre, eu sou livre, todo mundo é livre.
Posso reconhecer uma coisa, você nem faz cara de quem liga para mim, você é inacreditável. Não somente não quer amar como também se recusa a ser amado. Pensa que gosta do amor, mas não é verdade, você ama a ideia do amor.
É uma pena chorar assim. Tenho certeza que você é muito infeliz, não sei se tenho razão, mas acho que chorar dá um certo prazer, né?
Acho isso engraçado, a ideia de que as histórias de amor que acabam mal podem ser curadas na farmácia – é engraçado.
Sabe como vejo seu livro? Como um testemunho do que foram as relações entre homem e mulher no século XX. Você percebe como tudo está mudando?
Bertrand não estaria mentindo para ele mesmo quando diz que ama a solidão?
Bertrand buscou a felicidade impossível na quantidade, na multiplicidade. Por que precisamos buscar em tantas e tantas pessoas aquilo que nossa educação nos ensina a encontrar em uma só?
Veja um incrível trecho em vídeo:
Edição: Imago, 1995