Este ano, aconteceu a 22ª edição do Diploma Bertha Lutz, que homenageia mulheres com trajetórias notáveis na luta pelos direitos das mulheres, prezando pela diversidade, em frentes políticas, jurídicas, culturais, sociais e no empreendedorismo.
Foram agraciadas 19 mulheres, entre elas, Conceição Evaristo, escritora que ocupa uma cadeira na Academia Mineira de Letras, idealizadora e idealizadora do projeto Casa Escrevivência, espaço cultural no Rio de Janeiro.

Conceição é autora de diversos livros, entre eles:
- Ponciá Vicêncio, 2003;
- Becos da Memória, 2006;
- Poemas da recordação e outros movimentos, 2008;
- Insubmissas Lágrimas de Mulheres, 2011;
- Olhos D’água, 2014;
- Histórias de leves enganos e parecenças, 2016;
- Canção para ninar menino grande, 2018; e
- Macabéa flor de mulungu.
Por meio da sua literatura, Conceição Evaristo conquistou o mercado literário brasileiro, dando voz as mulheres negras, que se encontram em lugares de vulnerabilidade, sujeitas às violências e sujeições nos diversos espaços que ocupam.
Leia também: “Ponciá Vicêncio”: adaptação do clássico de Conceição Evaristo leva escrevivências para o palco

A indicação de Conceição Evaristo, foi feita pela senadora Teresa Leitão, que exaltou a escritora com uma fala emocionante sobre a trajetória da escritora:
De origem humilde, na periferia de Belo Horizonte, Conceição Evaristo alcançou a glória literária sem perder o contato e a empatia com os mais vulneráveis, especialmente mulheres negras e pobres, o coração de tantas comunidades no Brasil. Foi assim que ela adentrou a Academia Mineira de Letras. Parabéns, Conceição!

Em suas redes sociais, Conceição compartilhou uma série de fotografias sobre este momento e declara que:
Ao rebecer o diploma Bertha Lutz em que sou destacada por uma produção literária, que se torna uma forma de luta e de afirmação das mulheres, me emociono. E afirmo mais e mais, o meu compromisso de buscar a construção da arte da palavra como forma de explicitação de nossas vidas, como tradução de nossas lutas, não so pela condição de gênero, e tambem os nossos enfretamentos ao racismo e outras formas de exclusão. O que nos leva a nos apropriar da escrita, como se fosse um gesto de apropriação da vida. Escrevivência…
A recepção deste prêmio, reforça a importância de ampliar a diversidade nas instituições públicas e privadas no nosso país, para que mais nomes como o de Conceição Evaristo, possam vir à tona, representando o povo brasileiro em sua totalidade, desmontando estruturas de poder e fomentando a equidade racial e de gênero nas diversas instâncias da sociedade.
O diploma Bertha Lutz

O Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, foi criado em homenagem à bióloga, advogada e diplomata Bertha Maria Julia Lutz (1894-1976), figura de destaque do feminismo no Brasil e nas lutas pela educação no século XX.
Este prêmio é oferecido às mulheres que contribuem para a defesa dos direitos da mulher e às questões de gênero no Brasil, em sessão convocada no Senado durante o mês de março, como uma das atividades do mês da mulher.
Bertha Lutz, enfrentou muitas lutas e a que mais se destaca foi a de garantir seus direitos políticos. Para tanto, ela fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), na qual buscou o direito ao voto para as mulheres.