Ailton Krenak, escritor, ambientalista, líder indígena e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e da Academia Mineira de Letras (AML), sendo o primeiro indígena a ocupar uma vaga nas duas instituições, lançou a sua primeira obra voltada ao público infantil.
Leia também: Os 14 melhores trechos de ‘Ideias para adiar o fim do mundo’, de Ailton Krenak
O livro “Kuján e os meninos sabidos”, publicado pela Companhia das Letrinhas, contou com a parceria de Rita Carelli, responsável pelas ilustrações. A história, transformada em texto pelo escritor em diversas ocasiões, faz parte da tradição oral que narra a lenda de kuján – palavra para “tamanduá” na língua krenak.
Compre AQUI!
“‘Kuján e os meninos sabidos’ foi feito ao longo de quase cinco anos, até chegar ao tom de parábola que a criança pode ouvir e não correr o risco de enjoar. Não podemos ir até o limite da paciência da criança como os aparelhos eletrônicos fazem. A maior beleza da infância é a imaginação e isso deve ser incentivado”, afirmou Krenak em entrevista.
A narrativa já apareceu em outros momentos e manifestações artísticas. Ela foi mencionada no livro “A vida não é útil” e está, numa versão mais detalhada, no dossiê “Poesia indígena de Minas Gerais” feito para a revista da AML, além de ser citada na canção “É tudo pra ontem”, de Emicida com Gilberto Gil, lançada no álbum AmarElo (2019).
“Foi mágico escrever uma obra voltada para as crianças. Quando temos uma disposição para o simples, adquirimos a habilidade de converter histórias dramáticas e difíceis de acompanhar em parábolas curtas. Me considero um contador de parábolas. Meus três livros ‘Ideias para adiar o fim do mundo’, ‘A vida não é útil’ e ‘Futuro ancestral’ são, na verdade, ensaios interligados que reúnem narrativas da oralidade transformadas em texto”, completou o ambientalista.