Wagner Moura vai protagonizar uma cinebiografia sobre o filósofo e educador brasileiro Paulo Freire, considerado o Patrono da Educação Brasileira. Intitulado ‘Angicos‘, o projeto será escrito e dirigido por Felipe Hirsch, de ‘Severina’.
A trama é inspirada no experimento pedagógico que Freire promoveu em 1963 no sertão do Rio Grande do Norte, quando alfabetizou cerca de 300 pessoas em apenas 40 horas. A informação é da Folha que contou que o projeto está ainda em estágio inicial. Além de Hirsch, Juuar e Itamar Vieira Junior assinam o roteiro.
O filme receberá consultoria da família do patrono da educação brasileira, e conta com o apoio do Instituto Paulo Freire. Além disso, seu roteiro foi escrito em parceria com o dramaturgo Juuar (“DNA do Crime”) e com o colunista Itamar Vieira Junior, também da Folha.
Conheça “Angicos”: a experiência de Paulo Freire que alfabetizou 300 adultos em 40 horas
Com a notícia de que Wagner Moura vai interpretar o patrono da educação Paulo Freire no cinema trouxe uma série de curiosidades para o público brasileiro. O que seria a experiência de “Angicos”, feita por Paulo Freire?
Uma das maiores realizações do educador no Brasil ocorreu em 1963, quando o pensador comandou uma equipe de professores que criaram uma escola de alfabetização, numa pequena cidade do sertão do Rio Grande do Norte, chamada Angicos.
Povoado bastante desconhecido, pobre e com alta taxa de trabalhadores analfabetos, Angicos passou por um processo que entrou para a História como revolução. Na mão de Freire, 300 adultos, moradores da cidade foram alfabetizados em 40 horas de estudo.
O objetivo não era criar simplesmente leitores, mas estimular o pensamento político e filosófico, a ser usado na vida. Também utilizar na geração de novos empregos mais salubres, no ensino dos direitos do cidadão e, ainda, render direitos ao voto — restrito aos alfabetizados na época.
A agenda freiriana em Angicos foi considerada por muitos conservadores como prática subversiva, a ponto de todos os envolvidos na escola terem sido perseguidos pelos militares.
A prática pedagógica em Angicos consistia no levantamento de palavras e expressões que faziam parte do cotidiano dos trabalhadores potiguares, como tijolo, feijão, jumento, etc.
O resultado é que, a partir da linguística das palavras, era possível trabalhar a escrita de maneira palpável e que pessoas aprendem muito mais rapidamente e de forma duradoura quando o aprendizado faz parte do seu cotidiano de vida.