Acabei de ler Macbett, do dramaturgo romeno Eugène Ionesco, uma adaptação do clássico shakespeariano Macbeth. É a primeira vez que a obra ganha publicação no Brasil, lançada pela Temporal editora com tradução de Marina Bento Veshagem.
Com um intervalo de 300 séculos de distância entre elas, e com Ionesco tendo lido Shakespeare, mas Shakespeare nunca tendo lido Ionesco, podemos perceber um salto das questões: enquanto Shakespeare fala da tragicidade das escolhas, da sedução do poder e das vinganças que temos dentro da gente, Ionesco parece falar da inutilidade de todas essas coisas, ainda que estejamos agindo por esses sentimentos.
Leia também: “Macbett”: a releitura de Eugène Ionesco baseada em clássico de William Shakespeare
Veja as melhores frases de Macbett aqui:
Um bom general é a mamãe de seus soldados.
A razão do vencedor é sempre a melhor. Vae victis!
Se eu tivesse sido mais forte, eu teria sidos eu soberano sagrado. Vecndido, não passo de um covarde e traidor. Tivesse eu ganhado essa batalha! É que a História que tem razão, objetivamente. Não passo de um dejeto histórico. Ao menos, que meu destino sirva de exemplo a todods e à posteridade.
Eu sou o exemplo daquilo que não se deve fazer.
Ri melhor quem rir daqui a pouco.
Monsenhor, não posso viver e não posso morrer. Eu não posso ficar sentado, não posso ficar deitado, nem de pé sem me mover ou correr. Tenho queimações e comichões da cabeça até a planta dos pés. Eu não posso suportar a casa, nem a rua. O universo é para im uma prisão ou um cárcere. Olhar para o mundo me dói. Eu não posso suportar a luz, não posso suportar as trevas, tenho horror aos humanos e tenho medo da solidão. Eu desvio meu olhar ads árvores e das ovelhas, dos cachorros ou da relva, das estrelas ou das pedras. Não sou feliz em momento algum. Gostaria de poder chorar, Monsenhor, e de conhecer a alegria.
A História é ardilosa. Tudo nos escapa. Não somos senhores daquilo que desencadeamos. As coisas se voltam contra nós. Tudo o que acontece é o contrário do que queríamos que acontecesse. Reinar, reinar, são os acontecimentos que reinam sobre o homem, não o homem sobre os acotecimentos.
Compre o livro aqui!