Cyrano de Bergerac: a história da estreia de um dos maiores sucessos do teatro mundial

Um dos maiores sucessos de todos os tempos do teatro é a peça Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand. E esse sucesso é bastante surpreendente. Até escrever a peça, Rostand só havia acumulado fracassos como o de “A princesa distante” (1895) que foi considerada “anacrônica”. Os motivos eram muitos, dentre eles, o fato do escritor escrever em versos rimados sendo que já estava nos anos próximos do século XX, coisa que não se quase não se fazia há pelo menos um século.

Um dia tudo isso mudou. Rostand conheceu um jovem apaixonado que tinha imensas dificuldades de se declarar a sua amada através das palavras. O escritor começou a ensinar o rapaz na arte da conquista, através de poesia, reflexões, frases espirituosas, quando ligou a imagem do amigo com a vida de Cyrano. E aí nasceu a peça. E, claro, o rapaz rapidamente conquistou a sua amada.

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Edmond estava com muitos problemas de dinheiro, mas conseguiu dois grandes padrinhos:  Sarah Bernhardt, a maior atriz do século XIX, e Constant Coquelin, um dos mais conceituados da época. A dupla logo conseguiu investimentos para a peça e em 27 de dezembro de 1897 estreava Cyrano de Bergerac.

O sucesso foi imediato. Conta-se que, ao acabar o espetáculo, o elenco precisou voltar no palco para agradecer nada mais nada menos que 40 vezes. Os aplausos eram tantos que atraíram a atenção de quem estava na rua. Sem conseguir fazer com que as pessoas fossem embora, a produção simplesmente decidiu deixar as cortinas abertas e fazer a desmontagem com o público assistindo e aplaudindo tudo.

Nascia assim um dos maiores sucessos do fim do século XIX e o primeiro grande sucesso do século XX.

Só a primeira temporada com Coquelin teve mais de 400 apresentações que, após a morte do ator, ganhou substitutos sem sair de cartaz. Posteriormente, ganhou diversas adaptações, inclusive virando musical da Broadway. Para o cinema, temos pelo menos 8 adaptações e aqui no Brasil o espetáculo já ganhou também 8 montagens.

A escritora Rosemonde Gérard escreveria, em seu livro sobre Edmond Rostand: “Por que o teatro e a poesia trocarão um sorriso infinito ao constatar que depois de tantas obras-primas pode surgir uma, ao mesmo tempo clássica e moderna, reunindo todas e ultrapassando-as a tal ponto que jamais o teatro havia ido tão longe na poesia nem a poesia tão perto do teatro?”

Quem quiser saber mais, pode assistir o filme Cyrano, Mon Amour:

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