As obras da norte-americana, de ascendência afro-cubana, Harmonia Rosales, têm despertado a atenção do mundo da arte ao fazer releituras de pinturas famosas como “A Criação de Adão”, de Michelangelo, “O Homem Vitruviano”, de Leonardo da Vinci e “O Nascimento de Vênus”, de Sandro Botticelli, entre outras.
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A artista muda a perspectiva dos padrões ocidentais ao retratar personagens negras como figuras centrais. Com o domínio de técnicas artísticas do período renascentista, que tem elementos do cristianismo e da mitologia greco-romana, ela entrelaça a cultura e a história africanas e a religião iorubá.
“Estou tentando educar as massas sobre uma religião que foi ocultada há algum tempo. Quero torná-la muito linear, compreensível e digerível, para que possamos nos aprofundar. Estou seguindo o caminho expresso de ensinar às pessoas quem elas são. A única maneira de fazer isso é reimaginar certas imagens famosas”, explicou a pintora.
A ideia surgiu quando levou sua filha pequena ao museu e percebeu que ela não havia gostado das pinturas por não se sentir representada: “Eu revi (a arte) com olhos inocentes, sem todas as diferentes manipulações que a sociedade impõe a você sobre como você deveria ser. Não quero que minha filha sofra uma lavagem cerebral como eu sofri… quero que ela ame seu cabelo, sua pele, seus lábios, seu nariz, tudo”.
Encantada pela arte Renascentista, Rosales passou a se dedicar à pintura como autodidata. Acabou tornando-se conhecida pela primeira vez depois de compartilhar sua pintura “A Criação de Deus” nas redes sociais em 2017.
Atualmente, a exposição “Harmonia Rosales: Master Narrative” apresenta os 7 anos de trabalho da artista em 20 pinturas a óleo e uma instalação escultural em grande escala, no Museu de Belas Artes do Spelman College, em Atlanta. A primeira mostra, no entanto, já foi exibida no ano passado no Museu AD&A da Universidade da Califórnia.
Sobre a exposição, a professora responsável pela curadoria Helen Morales destacou: “Em suas pinturas, Rosales alude a esse sincretismo ao retratar as auras (consciência espiritual e destinos) dos orixás como auréolas douradas, uma lembrança dos santos aos quais foram assimilados”.
Confira outras pinturas da artista: