Jogos mortais é para quem gosta. Jogos Mortais X é também para quem não gosta.
Jogos mortais é para quem gosta. Fato. Não tem como sair ileso de tanto sangue e carnificina. Mas, ouso dizer que até quem não morre de amores pela franquia consegue assistir ao último filme sem grande desespero. Claro que o filme segue os mesmos padrões dos outros, com engenhocas assassinas e criativas dignas de uma mente como a de Jigsaw, viradas emocionantes, cenas movimentadas e aceleradas que explicam o que já é auto explicado e um final que te faz querer mais. E está tudo bem, a gente gosta mesmo assim.
“Jogos Mortais X” é dirigido por Kevin Greutert, escrito por Josh Stolberge e Pete Goldfinger, com produção da Lionsgate, distribuição da Paris Filmes e conta com uma duração de 1h e 58min que passam voando.
“Um discurso moral vindo logo de você?”
Mesmo que o filme seja situado ali pelo meio do primeiro e do segundo filme, acredito firmemente que até quem nunca assistiu “Jogos Mortais” na vida, pode aproveitar a obra como se fosse independente da trama geral. O novo filme é mais dramático e humano mergulhando no desespero de John Kramer em sua cura. Assistindo a este último eu senti a mesma sensação de quando assisti ao primeiro, ele traz elementos mais elaborados, mas não sai do óbvio da estrutura do terror. Ele não joga deliberadamente uma porção de mortes bizarras e pavorosas para aterrorizar. Aqui a motivação não é apenas “aperfeiçoar o outro” (que é a visão equivocada que ele tem do que faz) mas também uma vingança. Contudo, meu caro leitor, não se engane, é difícil de assistir e é bem macabro. Tudo isso se dá pela condução criativa do diretor Kevin Greutert que dirigiu também “Jogos Mortais VI” (considerado por muitos o melhor da franquia) e “Jogos Mortais – O Final”.
Caso ainda não tenha te convencido a ir assistir e tirar suas próprias conclusões (afinal, filme é uma expressão artística que nos faz sentir algo, ainda que seja repulsa, nojo, medo, indignação e comoção. E como toda expressão artística, é feita em uma via de mão dupla: do olhar de quem fez e do olhar de quem assiste), do lado de cá posso te entregar pelo menos cinco bons motivos para assistir:
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1- O mais óbvio é que se você assistiu a todos os filmes da franquia, você é obrigado a ver aonde isso vai dar. Então, sinto muito, você nem precisa ler os outros motivos.
2- Outro, é que este filme está mais real que os demais, feito de relações profundas com o arco do John Kramer. Tanto é que 2/3 do filme se desenrolam com essa narrativa mais emotiva. Seja no próprio roteiro, nos takes apreciativos que contrastam com o terror ou na trilha sonora.
3- Além de que possui um alívio que não chega a ser cômico, mas conta com umas boas tiradas que arrancam uma risada mesmo que sem som.
4- Como mencionei acima, o filme funciona bem sem os outros. O que significa que você não precisa saber a historia pré existente dos personagens para se apavorar com a mente doentia de Jigsaw.
5- Para arrematar, ele cumpre seu papel com os fãs. Os mais chegados a essa história ficarão felizes com o decorrer de tudo e como essa décima parte está de volta às origens.
Ah, e fica para assistir até o final, tem aquela ceninha pós-crédito.