O livro “A queda do céu“, do líder indígena, Davi Kopenawa, e do antropólogo francês, Bruce Albert, publicado em 2010, que retrata a trajetória, a luta e a cultura do povo Yanomami, foi adaptado para o teatro por um dos maiores representantes das artes cênicas brasileira, o dramaturgo, diretor e ator Zé Celso, que faleceu recentemente em São Paulo.
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A dramaturgia da obra já estava pronta e, nos últimos dias de vida, Zé Celso trabalhava nas cenas finais da peça. Sua intenção era levar a história Yanomami aos palcos de teatro até dezembro deste ano. Os planos, no entanto, tiveram que ser reformulados, e a peça deve estrear ano que vem, conforme o assistente do dramaturgo, Vinicius Tardite.
“O teatro não é uma coisa apenas visual, apenas auditiva, é uma imersão e, portanto, toma as pessoas por outras zonas que não apenas a racional. Não é que nós vamos defender a causa indígena ou a causa Yanomami de um ponto de vista racional, mas apresentar argumentos para que esse povo seja preservado, a natureza onde eles habitam seja preservada”, explicou Tardite.
Em 2015, quando a obra foi traduzida para o português, o artista esteve presente no lançamento no Brasil. Em seguida, demonstrou interesse em adaptá-la para o teatro. A ideia, entretanto, só se concretizou 7 anos depois, em 2022, quando ele se encontrou novamente com a liderança indígena. Embora o elenco não estivesse definido, ele contou com a colaboração do grupo do teatro Oficina para trabalhar na composição da peça.
Os artistas também conversaram com o antropólogo Bruce Albert, que achou importante a adaptação, pois aumentaria a visibilidade da obra. Além disso, eles acordaram que uma contribuição da bilheteria seria repassada para a Hutukara Associação Yanomami (HAY), que tem como presidente Davi Kopenawa.