Editora Tabla lança Marraquexe noir, segundo livro da série com histórias sombrias das principais cidades do mundo árabe
Após o sucesso de Beirute noir (org. Iman Humaydan), que reúne contos sinistros sobre a cidade libanesa, a editora Tabla lança agora Marraquexe noir, segundo volume da série de contos noir ambientados nas cidades mais famosas do mundo árabe.
A ideia do projeto é reunir escritores locais que conhecem a fundo a cidade onde vivem, e propor a cada um que escreva um conto noir inédito, localizado em uma área específica da sua cidade.
Desta vez, a organização dos contos ficou a cargo de Yassin Adnan, escritor marroquino mais conhecido por seu programa cultural semanal “Macharif”, na televisão do país. A tradução é de Felipe Francisco Benjamin, pesquisador e também tradutor do romance E quem é Meryl Streep?, de Rachid Al-Daif.
Na introdução do livro, Adnan comenta que Marraquexe é uma cidade que ficou mais conhecida como “a capital do turismo, a cidade da alegria e da tristeza, a cidade da vida simples, a cidade ligada às capitais internacionais através de voos diários, a cidade da nova comunidade europeia, um balneário de inverno para aposentados franceses e um refúgio para imigrantes da África subsaariana.” No entanto existe um outro lado da cidade, que é retratado através dos contos da coletânea.
Leia também: “A tatuagem de pássaro”: escritora iraquiana retrata mulheres iazidis sequestradas pelo Estado Islâmico
“Marraquexe também é conhecida por seu turismo sexual e uma nova geração de crimes. Todos esses aspectos da cidade se refletem nessas histórias, por mais sórdidas que sejam.” Para o autor, o mais importante, porém, está no fato dos autores buscarem retratar não apenas suas histórias, mas também a própria cidade.
“Os autores não escreveram apenas histórias, eles tentaram escrever Marraquexe também. Juntas, suas histórias apresentam um retrato abrangente da cidade, sua tristeza, violência, tensão e escuridão, sem negligenciar seu espírito alegre.”
Marraquexe noir faz parte da premiada série de antologia noir da Akashic Books. O Norte da África finalmente entra para a coleção com um volume de histórias sombrias e enraizadas em solo marroquino, aproximando os leitores da realidade linguística, cultural, religiosa e étnica de Marraquexe, seja ela árabe, amazigue, africana ou muçulmana.
Para comprar o livro, acesse:
https://editoratabla.com.br/catalogo/marraquexe-noir/
Ficha Técnica:
Título: Marraquexe noir
Autores: Yassin Adnan
Tradutores: Felipe Benjamin Francisco
ISBN: 978-65-86824-40-7
Edição: 2022, 1ª
Número de páginas: 384
Encadernação: brochura
Peso: 0,300 kg
Dimensões: 14 × 21 cm
Sobre o organizador:
Yassin Adnan nasceu em 1970 em Safi, Marrocos, mas cresceu em Marraquexe, onde vive até hoje. Yassin é mais conhecido por seu programa cultural semanal “Macharif”, na televisão marroquina. Ele publicou quatro coleções de poesia e quatro livros de contos, juntamente com um volume de não-ficção intitulado “Marrakech: Open Secrets”, em conjunto com Saad Sarhane. Seu romance “Hot Maroc”, que se passa em Marraquexe, foi indicado ao International Prize for Arabic Fiction.
Sobre o tradutor:
Felipe Benjamin Francisco é professor e tradutor do árabe. Graduou-se em Letras – Árabe pela Universidade de São Paulo, onde obteve os títulos de mestre e doutor pelo programa de Estudos Judaicos e Árabes. Suas publicações científicas abordam, sobretudo, os aspectos linguísticos do árabe e seus dialetos. Também é membro fundador do grupo Tarjama – Escola de tradutores de literatura árabe moderna (USP), sob coordenação de Safa Jubran. Nos últimos anos, para além da docência e da pesquisa, tem atuado como tradutor e intérprete comunitário árabe-português no contexto de refúgio.
Sobre a editora Tabla:
A editora Tabla tem como foco a publicação de livros referentes às culturas do Oriente Médio e do Norte da África e seus ecos mundo afora. Com o objetivo de ressaltar os pontos de contato, percorrendo e construindo pontes culturais, nosso desejo é apresentar e representar essas culturas de forma autêntica, longe dos estereótipos.
Assim como as tamareiras, o projeto Tabla foi semeado muito antes de prover seus frutos. Cultivada há mais de 10 anos, foi somente em 2016 que as primeiras bagas brotaram.