Flávia Oliveira indica 10 livros sobre negritude e cultura africana

A jornalista Flavia Oliveira, comentarista da Globo News, é conhecida pelas suas análises perspicazes sobre a política e as desigualdades do país. Atravessando política, classe e raça, ela utiliza o espaço que tem e indica livros sobre negritude e cultura africana na sua estante que monta como cenário.

Ela faz questão de mostrar a estante de livros que se tornou o cenário de suas participações na GloboNews. Ao GNT, ela disse que o móvel representa a sua personalidade apaixonada por arte, cultura e religiosidade. Além disso, disse que nele se encontram livros, porta-retratos e um presente que recebeu no Natal: um bloco de madeira com “saravá” escrito. Além de praticar o candomblé, uma religião de matriz africana, Flávia fez um teste de DNA e descobriu ser descendente do povo balanta da Guiné-Bissau. O certificado de ancestralidade é um dos itens pendurados na estante.

Confira a lista de 10 livros sobre negritude e cultura africana indicados por Flávia Oliveira:

Pretagonismos 

“Pretagonismo” é um neologismo adotado por Rodrigo França e Jonathan Raymundo, organizadores desta obra, para descrever aquilo que foi negado às pessoas negras durante séculos: o domínio sobre suas próprias histórias. Pouco a pouco, porém, os mais de 100 milhões de negros e negras no Brasil têm sido capazes de se ver representados na cultura, na sociedade, nas artes, na política, enfim, em todos os espaços. Este livro reúne textos de 27 pessoas de diversas áreas, que têm escrito uma nova História, agora no papel de narradores, sujeitos, protagonistas. A era do pretagonismo veio para ficar.

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O livro da história negra

Escrito em linguagem simples e ricamente ilustrado, O livro da história negra responde essas e muitas outras questões, mostra a rica e complexa história dos povos da África e da diáspora africana, além das lutas e vitórias do povo negro ao redor do mundo.

A obra traz à luz histórias normalmente ignoradas e está repleta de citações memoráveis de grandes personalidades, como Nelson Mandela, Zumbi dos Palmares, Angela Davis, Martin Luther King, Sueli Carneiro, Barack Obama e Marielle Franco. Além disso, esta edição também traz conteúdo exclusivo sobre eventos da história brasileira, como a revolta dos negros na Bahia durante a escravidão e a resistência negra à ditadura militar e sua importância para a luta pela democracia.

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Afropessimismo 

A partir de clássicos da literatura, do cinema, da filosofia e da teoria crítica, ele mostra que a construção social da escravidão, vista pelas lentes da subjugação dos negros, não é uma relíquia do passado, mas um mecanismo que alimenta nossa civilização. Sem a dinâmica senhor-negro escravizado, sustenta o autor, um dos pilares da civilização mundial iria a colapso. Mais do que qualquer outro grupo, os negros serão sempre vistos como escravos em relação à humanidade. 

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Racismo brasileiro: Uma história da formação do país

Uma jornada pela história do Brasil através do traço definidor da nossa sociedade ao longo dos séculos (do período colonial aos nossos dias): o racismo. Tendo como alguns de seus personagens figuras como Luiz Gama, Monteiro Lobato, Getúlio Vargas e Marielle Franco, este é um livro fundamental para uma compreensão mais profunda da nossa formação. Como resume a autora: “A história do racismo no país é a própria história do Brasil”.

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O Poder das culturas africanas

O poder das culturas africanas evita caminhos batidos e explora com sutileza o uso africano da cultura como uma ferramenta desconstrutiva nas respostas aos e na apropriação dos agentes externos de mudança. Este estudo valioso reúne as fontes de estudos africanos contemporâneos em diversas disciplinas. Interpretações conflitantes são mantidas em tensão por uma mente poderosa. Isso o torna uma leitura cativante. O principal objetivo deste livro é discutir a relevância da cultura para os africanos na era moderna.

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Leia também: 4 escritoras de literatura africana francófona para você conhecer (e ler)!

Niketche: Uma história de poligamia

Rami é uma esposa fiel e subserviente. Ela faz o que manda a tradição, mas nem assim consegue ser amada por Tony, com quem é casada há vinte anos. Certo dia, Rami descobre que o marido tem várias amantes ― e filhos ― por todo o Moçambique, e decide conhecê-las uma a uma. “Eu, Rami, sou a primeira-dama, a rainha mãe. […] O nosso lar é um polígono de seis pontos. É polígamo. Um hexágono amoroso”, diz.

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Escritos de Liberdade: Literatos Negros, Racismo e Cidadania no Brasil Oitocentista 

Luiz Gama, Machado de Assis, José do Patrocínio e mais um grande número de gente livre “de cor” buscaram conquistar e manter espaços no debate público sobre os rumos do país, bem como atuaram na defesa da cidadania de pessoas negras livres, libertas e escravizadas. Indo de encontro às cotidianas práticas de “preconceito de cor” e “ódio de raça”, fizeram da atuação em jornais um meio estratégico para a criação de formas de resistência, de confronto, mas também de diálogo. 

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Escravidão – Volume 3: Da Independência do Brasil à Lei Áurea

O último livro da trilogia Escravidão é dedicado ao século XIX; à Independência; ao Primeiro e ao Segundo Reinados; ao movimento abolicionista, que resultou na Lei Áurea de 13 de maio de 1888; e ao legado da escravidão, que ainda hoje emperra a caminhada dos brasileiros em direção ao futuro. A escravidão era, na definição de José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, “um cancro que contaminava e roía as entranhas da sociedade brasileira”.

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Ifá Lucumí: O resgate da tradição

Uma vertente religiosa africana que vem sendo redescoberta no Brasil e em Cuba atraiu a lupa estudiosa do mestre Nei Lopes. “Ifá Lucumí – o resgate da tradição” é o sétimo livro do escritor e compositor pela Pallas Editora e versa, de forma original e profunda, sobre o sistema divinatório Ifá. Trata-se de um oráculo do povo iorubá intimamente ligado ao orixá do destino, Orunmilá, e de uso exclusivo dos babalaôs.
O livro “Ifá Lucumí” passeia por toda essa exuberância e busca refazer o percurso de Ifá, da África às Américas, a bordo de navios negreiros, e as adaptações que sofreu ao desembarcar por aqui. 

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Leia também: “Bantos, malês e identidade negra”: Nei Lopes atualiza clássico sobre a identidade étnica brasileira

Fala Negão, discurso sobre a liberdade

Fala Negão, Discurso Sobre a Igualdade é o segundo livro do presidente do Olodum, João Jorge Rodrigues. A publicação é uma coletânea de textos e discursos escritos por JJ nos últimos anos. Ele é uma das vozes mais importantes do Movimento Negro no Brasil.

E aí, o que achou da lista de livros sobre negritude e cultura africana indicada pela jornalista? Quer ver o vídeo dela na GNT? Veja aqui:

Veja o vídeo da GNT:

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