Djamila Ribeiro, filósofa, escritora, feminista e acadêmica brasileira, foi eleita à Academia Paulista de Letras após receber 30 dos 39 votos válidos. A autora ocupa a cadeira de nº 28, que estava vaga desde a morte da escritora Lygia Fagundes Telles.
Ao receber a honra, ela disse:
“Agradeço a todos os acadêmicos e acadêmicas que votaram e me deram a oportunidade incrível de ocupar a cadeira que foi da gigante Lygia Fagundes Telles”, disse a filósofa.
Em seguida, ela lembrou algo essencial: apesar da inclusão dela na academia, isso não significa que a diversidade está contemplada, afinal ela é a única acadêmica negra:
“Sendo a única acadêmica negra desta academia, entendo que o trabalho que desenvolvi até hoje, como escritora e editora na publicação de dezenas de intelectuais negros e negras, difundindo vozes essenciais para a reflexão de nosso país, se faz cada vez mais urgente para o fortalecimento da democratização do conhecimento e das letras no Brasil”, contou ao Estadão.
Djamila é autora de obras como Lugar de Fala e Quem tem Medo do Feminismo Negro?. A escritora ganhou o prêmio Jabuti de 2020 com Pequeno Manual Antirracista. Segunda matéria do G1, Djamila é nascida em Santos, no litoral paulista. É colunista do jornal Folha de S. Paulo e da revista alemã Der Spiegel, onde destaca a importância de diálogos envolvendo temas como empoderamento feminino, feminismo negro e racismo.
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A ativista também faz sucesso na internet. A conta dela no Instagram, por exemplo, tem mais de 1 milhão de seguidores. Suas declarações, na web ou nas colunas que escreve, levantam a discussão sobre como o preconceito funciona na prática.
Djamila é licenciada e mestre em filosofia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Veja um pouco mais sobre os livros
Lugar de Fala

A intenção da coleção Feminismos Plurais é trazer para o grande público questões importantes referentes aos mais diversos feminismos de forma didática e acessível. Com o objetivo de desmistificar o conceito de lugar de fala, Djamila Ribeiro contextualiza o indivíduo tido como universal numa sociedade cisheteropatriarcal eurocentrada, para que seja possível identificarmos as diversas vivências específicas e, assim, diferenciar os discursos de acordo com a posição social de onde se fala.
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Quem tem medo do feminismo negro?

Quem tem medo do feminismo negro? reúne um longo ensaio autobiográfico inédito e uma seleção de artigos publicados por Djamila Ribeiro no blog da revista Carta Capital , entre 2014 e 2017. No texto de abertura, a filósofa e militante recupera memórias de seus anos de infância e adolescência para discutir o que chama de “silenciamento”, processo de apagamento da personalidade por que passou e que é um dos muitos resultados perniciosos da discriminação. Foi apenas no final da adolescência, ao trabalhar na Casa de Cultura da Mulher Negra, que Djamila entrou em contato com autoras que a fizeram ter orgulho de suas raízes e não mais querer se manter invisível. Desde então, o diálogo com autoras como Chimamanda Ngozi Adichie, bell hooks, Sueli Carneiro, Alice Walker, Toni Morrison e Conceição Evaristo é uma constante.
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Pequeno Manual Antirracista

Neste pequeno manual, a filósofa e ativista Djamila Ribeiro trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Em onze capítulos curtos e contundentes, a autora apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas. Já há muitos anos se solidifica a percepção de que o racismo está arraigado em nossa sociedade, criando desigualdades e abismos sociais: trata-se de um sistema de opressão que nega direitos, e não um simples ato de vontade de um sujeito. Reconhecer as raízes e o impacto do racismo pode ser paralisante. Afinal, como enfrentar um monstro desse tamanho? Djamila Ribeiro argumenta que a prática antirracista é urgente e se dá nas atitudes mais cotidianas. E mais ainda: é uma luta de todas e todos.
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