Um estudo realizado com os pesquisadores do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) em parceria com a Universidade Federal do ABC (UFABC), demonstrou que ler histórias para crianças internadas pode auxiliar na redução do hormônio relacionado ao estresse. Para contar histórias, o experimento contou também com a participação de seis contadores voluntários da Associação Viva e Deixe Viver.
A pesquisa foi realizada com 81 crianças, com idades entre 2 a 7 anos, internadas na UTI, em São Paulo em decorrência de problemas respiratórios. As crianças foram divididas em dois grupos de forma aleatória. Um grupo recebeu a terapia de contação de histórias alegres, o outro realizou testes de adivinhações e enigmas. A partir disso, os pesquisadores coletaram amostras de saliva das crianças antes, durante e depois das atividades para analisar os níveis dos hormônios oxitocina e cortisol.
Nos dois grupos foi verificado o aumento de oxitocina (hormônio associado ao bem-estar) e a diminuição do cortisol (hormônio associado ao estresse), porém no grupo que participou da contação de histórias, o aumento da oxitocina se mostrou mais expressivo com quase o dobro do que observado no outro grupo. Essa alteração de hormônios, segundo os pesquisadores, auxiliou a diminuir as percepções negativas tanto da dor quanto do ambiente hospitalar. A oxitocina também está associada, em vários casos, com o vínculo afetivo, empatia, confiança, entre outros. Desse modo, foi possível observar que essa atividade pode melhorar o bem-estar e contribuir para o tratamento de recuperação das crianças.
Os pesquisadores ainda salientam que é importante que os pais sejam incentivados a contar histórias aos filhos. Isso favorece a criação de vínculos emocionais e, além disso, auxilia na compreensão do mundo e melhora o desenvolvimento infantil.
Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica americana “Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS)”.
Fonte: G1
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