A prostituição é conhecida como a “profissão mais antiga do mundo”. Apesar disso, o tema ainda é bastante controverso, tanto no pensamento mais progressista, como entre os conservadores. Será um direito da mulher usar o corpo dela como quiser? Pode o estado interferir nisto? Trata-se de uma liberdade do corpo ou uma exploração do capital? De qualquer forma, o que sabemos é que, no decorrer da história, muitas mulheres colheram os sofrimentos da prostituição e, por outro lado, usaram-na como forma de sobrevivência em um mundo cruel para com elas.
O NotaTerapia fez uma lista, com a ajuda de seus amigos do grupo NotaTerapia Livre, com os principais romances latino-americanos que abordam o tema da prostituição. Confira:
Pantaleão e as Visitadoras, do Vargas Llosa
Pantaleão e as visitadoras conta a história de Pantaleão Pantoja, um capitão recém-promovido do exército, que recebe uma missão inesperada – criar um serviço de prostitutas para as Forças Armadas do Peru isoladas na selva amazônica, dentro do mais absoluto sigilo militar. O capitão tem que se mudar para Iquitos, se manter afastado dos demais militares, usar trajes civis e, acima de tudo, não contar nada à mãe e à mulher. É obrigado a trabalhar nas madrugadas, bebendo em bares infectos, e cuidar do empreendimento com personagens insólitos. Em pouco tempo o que era uma missão discreta se transforma no maior empreendimento de prostitutas do país, virando do avesso à vida de Iquitos e do próprio Pantaleão, que, como se não bastassem os problemas familiares, se verá envolvido com uma bela e insinuante visitadora.
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Junta-Cadaveres, de Juan Carlos Onetti
Junta-Cadáveres (1964), de Juan Carlos Onetti, conta a história de Larsen, conhecido com Junta-Cadáveres, cuja profissão é reunir prostitutas em fim de carreira e auxiliá-las a trabalhar e se sustentar no fim de suas vidas. Seu sonho é montar um prostíbulo na cidade de Santa Maria, ao lado da prostituta e companheira Maria Bonita. Eis que, após longos anos de batalhas políticas, a autorização do estado vem e Junta realiza o sonho. Embora, nos primeiros dias, o que se vê diante da criação do prostíbulo seja o desconfortável silêncio da cidade, que aparece quase desabitada, por exemplo, com a chegada das prostitutas, aos poucos, o que vai se esgarçando é uma lenta, porém brutal resistência das camadas conservadoras da cidade, começando pela igreja com as homilias do padre aos domingos, passando pelos grandes empresários e poderosos que veem ali um ponto de perdição dos mais jovens, até as cartas anônimas da associação das esposas que revelam, com detalhes, quem frequentou e quando o bordel, ameaçando destruir casamentos arranjados e famílias de renome.
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Beira Rio, Beira Vida, de Assis Brasil
A marginalização é o tema predominante. A pobreza, o preconceito e a falta de oportunidades acabam por balizar o destino das personagens. Em Beira rio, Beira Vida, lancinantes reminiscências atravessam a trama, memórias vão grassando formas estéticas aos episódios, cuja narração remete à agitada rotina do cais de Parnaíba. A vida ribeirinha mobilizada pelas embarcações matiza gerações de marinheiros, canoeiros, barqueiros, taifeiros, enfim de todos os que têm suas trajetórias proliferadas em meio à agitação das águas, dos passos, dos gritos. Meretrizes se arranjavam pelas proximidades, dada a concentração da população masculina.
A ênfase da narração recai sobre a temática da prostituição em dois enfoques, especialmente: um exógeno, que fica a cargo do narrador impessoal de primeira instância; e outro endógeno, sob o comando da personagem Luíza, que vai tecendo a narrativa segundo a fruição de suas memórias.
Jovens Polacas, de Esther Largman
Um romance sobre o drama das prostitutas judias que vieram para o Brasil no início do século XX, enfrentando os códigos sociais e transgredindo os preceitos éticos da religião. Não haverá rameira entre as filhas de Israel. Vítimas dos gigolôs franceses e dos traficantes de judias das aldeias pobres do Leste Europeu, essas jovens desembarcavam em terras brasileiras e eram encaminhadas por cafetões judeus para os bordéis do Rio de Janeiro. Não importava de onde viessem – eram as polacas, e o termo adquiriu um atrativo erótico considerável na vida boêmia da cidade. Para as jovens, no entanto, essa migração significou a condição de pária, pessoas estigmatizadas ao longo do tempo. O livro da historiadora e também judia Esther Largman não apenas levanta essa história, mas compartilha responsabilidades.
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A Casa Verde, de Mario Vargas Llosa
Dom Anselmo é um forasteiro misterioso que constrói, às margens da pequena cidade de Piura, no Peru, uma casa de dois andares, dividida em diversos cômodos, e toda pintada de verde. Em pouco tempo, os habitantes desse pacato vilarejo descobrem as verdadeiras intenções desse homem: pois mulheres desconhecidas são vistas naquela construção, que nada mais é que um prostíbulo instalado em um dos locais mais ermos do país. Batizada de “A Casa Verde”, ela não reúne apenas prostitutas, corruptos e criminosos. Aos poucos, os moradores – e mesmo alguns militares – são atraídos ao local, num caminho sem volta de perdição e desespero. Obra emblemática dos anos 1960, A Casa Verde é um romance ambicioso e envolvente, e um dos livros mais marcantes de Mario Vargas Llosa.
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Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues
Herculano é um viúvo que sofre as dores da perda de sua amada esposa. Certo dia, ele é presenteado pelo irmão com uma garrafa de bebida e uma foto da prostituta Geni, nua. Três dias depois, o viúvo acorda num bordel ao lado da moça. E então começa um obsessivo e apaixonado caso entre os dois. Herculano, cego de paixão, vai se opor a toda a família se casando com Geni. Mas acontecimentos inesperados transformam para sempre o futuro que ele imaginava.
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A Navalha na Carne, de Plínio Marcos
A personagem principal, Neusa Suely, é uma prostituta sem o menor amor próprio, que já tem idade avançada e vende seu corpo para sobreviver. “Será que somos gente?” é a frase que mais faz pensar no livro, porque viver desse jeito é pior do que não viver. Já Wado representa a sociedade machista, cheia de preconceitos, mas que também não tem moral nenhuma para julgar e que, por isso, é facilmente desarmado ao primeiro sinal de força e enfrentamento.
Em 1968, a peça “A Navalha na Carne”, de Plínio Marcos, foi proibida pela censura. Como forma alternativa de divulgar a obra, o elenco original – Paulo Villaça, Ruthinéia de Souza e Edgard Gurgel Aranha – se reuniu com o escritor Pedro Bandeira e criou uma encenação fotográfica da peça, que foi transformada em livro.
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Memórias de Minhas Putas Tristes, de Gabriel Garcia Marquez
Memória de minhas putas tristes desfia as lembranças de vida desse inesquecível e solitário personagem em mais um vigoroso livro de Gabriel García Márquez. O leitor irá acompanhar as aventuras sexuais deste senhor, narrador dessas memórias, que vai viver cerca de cem anos de solidão embotado e embrutecido, escrevendo crônicas e resenhas maçantes para um jornal provinciano, dando aulas de gramática para alunos tão sem horizontes quanto ele, e, acima de tudo, perambulando de bordel em bordel, dormindo com mulheres descartáveis, até chegar, enfim, a esta inesperada e surpreendente história de amor.
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Teresa Batista Cansada de Guerra, de Jorge Amado
Tereza Batista é sem dúvida uma das mais fascinantes heroínas de Jorge Amado, talvez a mais completa e complexa, que reúne os atributos de todas as outras: a valentia de Rosa Palmeirão, a sensualidade de Gabriela, a doçura de dona Flor, a altivez de Tieta. As peripécias dessa heroína que “tinha aversão a badernas” e que “não tolerava ver homem bater em mulher” são contadas por várias vozes. Um funcionário público, um pai-de-santo, a célebre ialorixá Mãe Senhora e até o poeta Castro Alves, retornado do mundo dos mortos, ajudam a relembrar e exaltar os feitos da protagonista. Um dos mais notáveis deles – ter comandado as meretrizes de uma cidade no combate a uma epidemia – é narrado à maneira de um romance de cordel, no capítulo “abc da peleja entre Tereza Batista e a bexiga negra”. Em outro episódio, ela lidera uma greve de prostitutas em Salvador. Em um terceiro, nocauteia um homem num cabaré de Aracaju depois de vê-lo bater na amante.
Escrito em 1972, quando Jorge Amado tinha sessenta anos, Tereza Batista cansada de guerra atesta a maestria desenvolvida pelo escritor baiano ao longo de quatro décadas de literatura. No conjunto de seus romances, destaca-se como um dos mais vigorosos do ponto de vista político – fato ainda mais notável por ter surgido no auge da ditadura militar – e um dos mais ousados no terreno do erotismo.
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Hilda Furacão, do Roberto Drummond
Hilda Furacão passa-se em Belo Horizonte no início dos anos 60, Hilda, a Garota do Maiô Dourado, enfeitiçava os homens na beira da piscina em um dos mais tradicionais clubes, o Minas Tênis. Por algum motivo secreto muda-se para o quarto 304 do Maravilhoso Hotel, na zona boêmia da cidade. Transformada em Hilda Furacão, a musa erótica tira o sono da cidade. Sua vida de fada sexual cruza-se com os sonhos de três rapazes vindos do interior: um é inspirado no notório Frei Betto, que queria ser santo, mas se tornaria frade franciscano, líder político e escritor. Outro queria ser ator em Hollywood – torna-se dom juan de aluguel. O terceiro, aquele que queria ter sua Sierra Maestra, é o próprio Roberto, narrador da história. Hilda Furacão é o desafio que o santo tem que enfrentar. O romance foi transformado em minissérie de grande sucesso pela TV Globo, com Ana Paula Arósio no papel de Hilda.
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Gina, de Maria José Dupré
Gina é uma moça muito bonita e pobre, filha de italianos e nascida no bairro do Bom Retiro em São Paulo. Aos 17 anos, uma senhora a convence de que poderia ajudá-la a sair daquela pobreza toda e a convida para morar em sua mansão no bairro dos Campos Elísios, área nobre da cidade. Mas na realidade a senhora é uma cafetina, dona de um prostíbulo, e seu interesse real é faturar em cima da linda jovem. Gina torna-se uma cortesã, a mais desejada da mansão. Vestida com roupas francesas fornecidas pela cafetina, os homens querem conquistá-la de qualquer forma, mas são impedidos por sua cafetina, que a mantém em rédeas curtas.
Lucíola, de José de Alencar
Independente e altiva, Lúcia, a mais rica cortesã do Rio de Janeiro, não se deixava prender a nenhum homem. Até conhecer Paulo. A partir daí, ela se vê totalmente entregue; tudo o que quer é permanecer junto dele. Esse romance passa a ser o assunto mais comentado na Corte. Os comentários chegam aos ouvidos de Paulo e o incomodam profundamente. Valeria a pena romper seu relacionamento só para manter a boa imagem diante das pessoas?
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Tieta, de Jorge Amado
Tieta, ex-pastora de cabras expulsa de sua terra pelo próprio pai, volta ao lar anos depois. E volta rica, cheia de planos, causando mudanças em sua cidade. Tieta foi expulsa de casa pelo próprio pai, acusada de ser “quenga”. Anos depois, a protagonista volta a Santana do Agreste para se vingar das humilhações do passado.
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O Prazer é Todo Nosso, de Lola Benvenutti
A fim de apresentar as infinitas possibilidades de se obter prazer nas relações afetivas e sexuais, Lola Benvenutti conta, de maneira divertida, envolvente e instigante, algumas das suas experiências relacionadas ao universo dos desejos, da sedução e do sexo. ‘O prazer é todo nosso’ é um livro dedicado a todos que desejam gozar a vida longe de tabus e preconceitos e serem livres para descobrir seu corpo e suas inúmeras possibilidades de prazer. É destinado a todos que aspiram a liberdade para o deleite no encontro de corpos que se desejam. Enfim, é oferecido àqueles que têm curiosidade sexuais e querem viver intensamente o prazer a que todos têm direito e que é, portanto, todo nosso.
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O Doce Veneno do Escorpião, de Bruna Surfistinha
Bruna Surfistinha é a principal personalidade da internet brasileira hoje em dia. Seu blog é visitado diariamente por quase 15 mil internautas que se deliciam com os relatos picantes dos programas que ela faz com homens, mulheres e casais em seu flat. Todos os programas (que podem chegar a seis num dia!) são descritos e Bruna ainda criou uma cotação para o desempenho do cliente. Bruna conta também em detalhes as festas que participou em clubes de swing. Sem medo de mostrar a cara, a garota de programa foi entrevistada em emissoras de rádio, programas de TV e revistas de circulação nacional. Só que muitas histórias ficaram guardadas e só são reveladas agora em O Doce Veneno do Escorpião. Você vai conhecer detalhes reveladores da menina de classe média alta que trocou os finais de semana com a família no Guarujá para se prostituir aos 17 anos. O livro traz ainda um diário secretíssimo de Bruna Surfistinha, com as histórias mais ousadas que ela não teve coragem de publicar no blog. O diário, com 36 páginas negras, vem lacrado. Por fim, Bruna também dá pequenas lições para uma mulher de como conquistar o homem – e jamais perdê-lo para uma garota de programa.
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Meninas da Noite, de Gilberto Dimenstein
Durante seis meses, Gilberto Dimenstein investigou a rota do tráfico de meninas na Amazônia, viajando pelo submundo da prostituição infantil. O resultado é um livro que dá a sensação de estar diante de um filme de suspense policial. Apesar de ser um livro documental, o seu caráter remete muito a uma ficção: cada passo da investigação é relatado com detalhes, mostrando como foi possível encontrar traficantes e um cativeiro de meninas-escravas protegidos pela selva amazônica. Uma reportagem investigativa com repercussão dentro e fora do Brasil.
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Filha, Mãe, Avó e Puta, de Gabriella Leite
Neste livro, Gabriela conta sua trajetória, que culminou com a criação da famosa marca de roupas Daspu e da Ong Da Vida, símbolos hoje reconhecidos internacionalmente. A autora fala nesta autobiografia de todos os tabus que povoam e aguçam a curiosidade do imaginário coletivo em torno da rotina das prostitutas abordado pela autora com absoluta naturalidade. Mãe de duas mulheres e avó de uma menina, Gabriela fala também sobre suas relações familiares.
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Onze Minutos, de Paulo Coelho
Onze Minutos não se propõe a ser um manual sobre o homem e a mulher diante do mundo ainda desconhecido da relação sexual. É uma análise do meu próprio percurso, sem pretender julgar aquilo que vivi. Custou muito até que eu aprendesse que o encontro físico de dois corpos é mais que uma simples resposta a alguns estímulos físicos. Na verdade, ele carrega consigo toda a carga cultural da humanidade. Escrevi este livro para ver se podia dizer, se eu tive coragem de aprender tudo o que a vida quis me ensinar a respeito.”
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O Voo da Guará Vermelha, de Maria Valéria Rezende
O livro trata da relação de Irene e Rosálio. Ela, uma mulher que chega do Norte e, em São Paulo, se torna uma prostituta com Aids. Ele, um servente de pedreiro que vive na cidade grande.
Os personagens desta obra sobrevivem na obscuridade humana, discretos e anônimos na sua miséria, mas intensos nos seus sonhos de um dia viver, porque não?, como os outros vivem, com alegria e alguma esperança. Irene tem muito a ensinar para Rosálio, e ele também a dizer para Irene – até que a linda guará vermelha consiga alçar vôo. Com um ritmo fascinante, este livro nos captura com sua musicalidade, sua engenhosa arquitetura, sua linguagem retrabalhada à exaustão – e por isso mesmo passível de ser devorada com simplicidade e poesia.
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Memórias de um Gigolô, de Marcos Rey
Mariano, também chamado de Tumache e Mon Gigolo nos prostíbulos paulistanos dos anos 30, foi criado pela cartomante Antonieta. Mariano aprendeu com ela a ler a sorte num baralho sebento. Era ainda um menino quando sua protetora morreu. Foi então adotado por Madame Iara, uma de suas clientes, mulher elegante e muito bem relacionada. Dona de um bordel de primeira classe, freqüentado por figurões, Madame Iara leva o garoto para viver com ela e suas “sobrinhas”. Todas se encantam com ele e sua habilidade para redigir cartas. Rapidamente, Mariano vira “redator de bordéis”, sua primeira profissão, e passa a ser requisitadíssimo. Já começava a ganhar dinheiro e a se vestir bem quando a rotina do prostíbulo sofre uma reviravolta com a chegada de uma nova hóspede: a jovem e sedutora Lu, a Virgem de Guadalupe, por quem ele imediatamente se apaixona. Inicia-se aí sua longa e acidentada carreira de gigolô, que seria bem-sucedida até o aparecimento do inimigo cuja existência Madame Antonieta havia previsto na leitura do baralho: Esmeraldo, o Valete de Espadas, um proxeneta que usava sapatos de duas cores, colarinho engomado, gravata estreitinha e abotoaduras de ouro falso. Mariano, que abominava tais roupas – trajava ternos de tecido inglês – passa a lutar contra ele pelo coração de Lu.
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Sinopses: Skoob
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