Menina de 9 anos ensina vendedor de picolé de 68 anos a ler e escrever no Ceará

O sonho de ler e escrever, infelizmente, ainda é apenas um sonho para muitas pessoas. Nossa população ainda passa por problemas educacionais e sócio-econômicos de base que não permite que possamos nos dedicar a uma das tarefas mais inclusivas de todas: olhar para o mundo e conseguir ler suas letras e, posteriormente, pegar um papel e passar uma ideia, um pensamento pra ele.

Era isto que acontecia com Francisco Santa Filho, de 68 anos,conhecido como “Zezinho” até encontrar uma menina. O idoso, que trabalha como vendedor de picolé há mais de meio século, tendo iniciado o trabalho aos 12 anos, em frente ao Colégio Diocesano, antiga e tradicional instituição particular de ensino do município de Crato, no Ceará, tem ganhado cada vez mais intimidade com as letras.




Sua nova professora é Bárbara Matos Costas, uma menina de apenas 9 anos, que estuda no Diocesano há dois. Ela tem ensinado seu Zezinho a ler e escrever após as aulas. Uma de suas aulas foi fotografada pela psicopedagoga Risélia Maria e publicada no Facebook.

Segundo o site Razões para Acreditar, foi em em frente à escola, sentados no chão, que Bárbara e Zezinho manuseiam os livros e cadernos absolutamente concentrados. “O Zezinho merece um dez!”, elogia a professorinha, que não faz segredo sobre seus métodos de ensino. “As vezes, eu escrevo uma palavra com tracinhos para ele cobrir, como ‘picolé’ e ‘amor’. Também coloco as letrinhas para ele juntar”, diz ela, que afirmou em entrevista que pensa em ser médica, veterinária ou masterchef ‘quando crescer.’

Seu Zezinho não deixa de agradecer a menina: “Já sei assinar meu nome e juntar algumas letras. Ela me ensina aos pouquinhos e eu vou aprendendo devagar”.

Ainda segundo o site, a sensibilidade de Bárbara pode ter finalmente rendido a ele uma chance real de estudar. “Com a repercussão dessa história, estamos montando para ele um material de alfabetização. A professora Risélia também está se dispondo a ensiná-lo. Francisco diz que o tempo dele é corrido por conta dos picolés, mas a Risélia está bem disponível. É só ele querer”, diz a coordenadora pedagógica Nágela Maia.




Fonte:
https://razoesparaacreditar.com/educacao/menina-alfabetiza-vendedor-de-picole/



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