[Postado por Diversidade Potiguar]
Grande parte da população desconhece que o estado do Rio Grande do Norte foi um dos pioneiros do movimento feminista no Brasil. E, desde então, várias mulheres precursoras destacaram-se em diferentes áreas como na política, na literatura, na música e na educação. No período da colonização, com Clara Camarão, primeira heroína nacional, em 1927, com Celina Guimarães Viana, primeira eleitora registrada no Brasil, e, até nos dias atuais, com Débora Seabra que se tornou a primeira professora brasileira com Síndrome de Down.
Conheça os nomes das 10 mulheres potiguares que se destacaram:
CLARA CAMARÃO
Clara Filipa Camarão, nasceu na metade do século XVII, indígena brasileira, provavelmente, da etnia potiguar no bairro de Igapó na cidade do Natal, então Capitania do Rio Grande (hoje o estado do Rio Grande do Norte). Ela foi catequizada por padres jesuítas juntamente com o seu companheiro Filipe Camarão. É considerada uma das precursoras do feminismo no Brasil, já que rompeu barreiras acabando com a divisão de trabalho da comunidade ao se afastar dos afazeres domésticos para participar de batalhas durante as invasões holandesas em Olinda e no Recife. Clara também liderou um grupo de guerreiras nativas na luta contra os holandeses durante a colonização na cidade Porto Calvo no estado de Alagoas em 1637. Não há registro do local e data de sua morte.
NÍSIA FLORESTA
Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, (Papari, RN, 1810 — França, 1885) foi uma educadora, escritora e poetisa potiguar. É considerada uma pioneira do feminismo no Brasil e foi, provavelmente, a primeira mulher a romper os limites entre os espaços público e privado, publicando textos em jornais, na época em que a imprensa nacional começava a se desenvolver. Nísia também dirigiu um colégio para moças no Rio de Janeiro e escreveu livros em defesa dos direitos das mulheres, dos indígenas e dos escravizados.
AUTA DE SOUZA
Auta de Souza (1876-1901) foi uma poetisa norte-rio-grandense que ficou mais conhecida fora do estado. Sua poesia, de um romantismo ultrapassado e com leves traços simbolistas, circulou nas rodas literárias do país, despertando sempre muita emoção e interesse, sendo incluída nas antologias e manuais de poesia das primeiras décadas. Como a maioria dos escritos femininos, sua obra poética deixou-se contaminar pelas experiências vividas, o que, aliás, não compromete o lirismo e o valor estético de seus versos.
CELINA GUIMARÃES
Celina Guimarães Vianna foi a primeira eleitora do Brasil, alistando-se aos 29 anos de idade. Com advento da Lei nº 660, de 25 de outubro de 1927, o Rio Grande do Norte foi o primeiro estado que estabeleceu que não haveria distinção de sexo para o exercício do sufrágio. Assim, em 25 de novembro de 1927, na cidade de Mossoró, foi incluído o nome de Celina Guimarães Vianna na lista dos eleitores do Rio Grande do Norte. O fato repercutiu mundialmente, por se tratar não somente da primeira eleitora do Brasil, mas também da América Latina.
ALZIRA SORIANO
Luíza Alzira Soriano Teixeira foi a primeira prefeita eleita no Brasil e na América Latina. Tomou posse no cargo em 1º de janeiro de 1929. Viúva, Alzira Soriano disputou em 1928, aos 32 anos, as eleições para a prefeitura de Lajes, cidade do interior do Rio Grande do Norte, pelo Partido Republicano, e venceu com 60% dos votos, no período em que as mulheres ainda não podiam votar.
JOANNA BESSA
Joana Cacilda Bessa foi a primeira vereadora do Brasil. Joana nasceu em 1898, filha de José Marcolino Bessa e Emília Rosa Botão. E, também, a primeira eleitora de Pau dos Ferros, um pequeno município de Jaú, e, em 1927, a primeira intendente municipal. Foi eleita em 1928 com 725 votos. Joana Cacilda foi a primeira mulher do Rio Grande do Norte e do Brasil a se eleger vereadora, já que, na época, esse cargo era denominado de Intendente. Faleceu em 1998 aos 102 anos.
MARIA DO CÉU FERNANDES DE ARAÚJO
Maria do Céu nasceu na cidade de Currais Novos em 1910 e foi a primeira mulher a ocupar o cargo de deputada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, e, por extensão, também a primeira deputada estadual mulher no Brasil. Eleita com 12.058 votos, teve seu mandato cassado em 1937, por discordância das ideias getulistas durante o Estado Novo.
DONA MILITANA
Militana Salustino do Nascimento (São Gonçalo do Amarante, 1925-2010) foi uma cantora de versos, considerada por muitos a maior romanceira do Brasil. Na década de 1990, o folclorista Deífilo Gurgel foi apresentado aos cantos de Dona Militana e permitiu que o país inteiro conhecesse seu talento. A romanceira chegou a gravar um CD triplo intitulado “Cantares”, lançado em São Paulo e Rio de Janeiro. Críticos e jornalistas de grandes jornais brasileiros renderam-se aos encantos e a peculiaridade de sua voz. Em setembro de 2005, ela recebeu das mãos do presidente da República a Comenda Máxima da Cultura Popular, em Brasília.
ADEMILDE FONSECA
Ademilde Fonseca Delfino (São Gonçalo do Amarante, 1921 — Rio de Janeiro, 2012), mais conhecida como Ademilde Fonseca, destacou-se como cantora. Suas interpretações lhe consagraram o título de maior intérprete do choro cantado, sendo considerada a “rainha do choro”. Trabalhou por mais de dez anos na TV Tupi e seus discos renderam mais de meio milhão de cópias. Além de fazer sucesso em terras nacionais, regravou grandes sucessos internacionais e se apresentou em outros países. Faleceu no Rio de Janeiro, poucos dias depois de completar 91 anos.
DÉBORA SEABRA
Débora de Araújo Seabra de Moura é a primeira professora com síndrome de Down no Brasil, segundo a Associação Síndrome de Down do Rio Grande do Norte. Ela é professora auxiliar de desenvolvimento infantil há nove anos e publicou o livro “Débora conta histórias”, da editora Alfaguara.
Fonte:https://grupodiversidadepotiguar.wordpress.com/2015/03/04/conheca-10-mulheres-potiguares-que-fizeram-historia/
