O barcelonês Carlos Ruiz Zafón, autor de obras premiadas como ”Marina”,”Luzes de Setembro”, ”O Palácio da Meia-Noite”, é o novo frisson da literatura espanhola, sendo o espanhol mais lido desde Miguel de Cervantes. Vendeu mais de 15 milhões de exemplares pelo mundo.
Roteirista, iniciou sua carreira literária em 1993, aos 31 anos, e jamais imaginou ir tão longe: ganhou o prêmio Edebé de literatura, logo com seu romance de estreia ” O Príncipe da Névoa”, vendendo mais de 150 mil exemplares na Espanha, e posteriormente sendo traduzido para vários idiomas.
Em 2001, escreveu o primeiro livro da série ”O Cemitério dos livros esquecidos”, composto de quatro volumes: ”A Sombra do Vento”(2001), ”O Jogo do Anjo”(2008),”O Prisioneiro do Céu” e o mais recente ”O Labirinto dos Espíritos”(2016). Sucesso estrondoso no universo literário, foi com esta aclamada série que Zafón firmou-se no pódio dos grandes nomes da literatura ocidental contemporânea.
O NotaTerapia selecionou dez grandes frases dessa consagrada série, extraordinária e luminosa, capaz de transformar qualquer um em leitor voraz:
”Na altura em que a razão é capaz de compreender o sucedido, as feridas no coração já são demasiado profundas.”
”O coração da fêmea é um labirinto de subtilezas que desafia a mente grosseira do macho trapaceiro. Se quiser realmente possuir uma mulher, tem de pensar como ela, e a primeira coisa é conquistar-lhe a alma. O resto, o doce envoltório macio que nos faz perder o sentido e a virtude, vem por acréscimo.”
”Existimos enquanto alguém nos recorda”
”As palavras com que envenenamos o coração de um filho, por mesquinharia ou por ignorância, ficam guardadas na memória e mais cedo ou mais tarde lhe queimam a alma.”
”A morte tem dessas coisas: desperta o sentimental que há em nós. Diante de um túmulo vemos apenas o bom, ou o que queremos ver.”
”A televisão, amigo Daniel, é o Anticristo, e eu digo que bastarão três ou quatro gerações para as pessoas não saberem mais nem peidar por conta própria e para o ser humano voltar à caverna, à barbárie medieval, a estados de imbecilidade que a lesma já superou por volta do Pleistoceno. Este mundo não vai acabar por causa da bomba atômica, como dizem os jornais, vai acabar, sim, de tanta risada, de tanta banalidade, por essa mania de se fazer piada com tudo, e além do mais, piadas ruins.”
”Até aquele instante, não havia compreendido que aquela era uma história de pessoas solitárias, de ausências e de perdas, e que, por esse motivo, havia me refugiado nela até confundi-la com minha própria vida, como quem escapa pelas páginas de um romance porque aqueles que precisa amar são apenas sombras que moram na alma de um estranho.”
”As pessoas cacarejam o tempo todo. O homem não vem do macaco,vem da galinha.”
”Cresci no meio de livros, fazendo amigos invisíveis em páginas que se desfaziam em pó cujo cheiro ainda conservo nas mãos.”
“Numa ocasião ouvi um cliente habitual comentar na livraria do meu pai que poucas coisas marcam tanto um leitor como o primeiro livro que realmente abre caminho até ao seu coração. Aquelas primeiras imagens, o eco dessas palavras que julgamos ter deixado para trás, acompanham-nos toda a vida e esculpem um palácio na nossa memória ao qual, mais tarde ou mais cedo – não importa quantos livros leiamos, quantos mundos descubramos, tudo quanto aprendamos ou esqueçamos-, vamos regressar. Para mim aquelas páginas enfeitiçadas serão sempre as que encontrei entre os corredores do Cemitério dos livros esquecidos.”