*Foto de capa: Retratos antigos, de Elisa Lispector. Organizado por Nádia Battella Gotlib. Editora UFMG. Na foto, estão Clarice, Elisa e Tania e seus pais.
Não deve ser fácil ser “a irmã”, “o filho”, “a esposa” de alguém. Quando se é parente de alguém famoso, pode ser difícil sair desta sombra. Talvez isso tenha acontecido um pouco com Elisa Lispector, irmã da nossa famosa e querida Clarice. Acontece que, além de irmã de Clarice, Elisa foi também uma escritora, com obras de grande qualidade e relevância para a história da literatura brasileira.
Nascida em 1911, na Ucrânia, Elisa foi romancista, cronista e jornalista. Escreveu 7 romances e 3 livros de contos entre 1945 e 1985.
Selecionamos, nesta matéria, 6 romances de Elisa Lispector que merecem ser lidos e espalhados por aí. Pode ser difícil encontrar livros da autora, mas grande parte deles está disponível em sebos virtuais e físicos. Confira:
1- Além da Fronteira (1945)
Além da Fronteira, de Elisa Lispector, é um romance introspectivo. Sérgio, a personagem principal, é um artista irrealizado, um ser angustiado ao extremo, mas sempre sequioso de comunhão humana. A angústia metafísica, que aparece em todas as obras de Elisa Lispector, está presente neste livro tão denso, que é o romance da solidão. Mas é uma solidão generosa, aberta, marcada pela esperança. Estamos diante do retrato de um artista jovem. O estilo insinuante de Elisa Lispector tem uma leveza musical.
2- No Exílio (1948)
Em “No Exílio”, o mais autobiográfico de seus romances, considerando a humanidade como um processo histórico infinito, Elisa Lispector mede o campo da realidade sob o ângulo de visão da protagonista Lizza, em busca de sua verdade mais inteira. A tensão ocorre entre problemas individuais e o drama coletivo de todo um povo, de toda uma época caracterizada por extrema violência contra a humanidade.
3- O Muro de Pedras (1963)
Este romance despertou na crítica muitos comentários e elogios, por sua sensibilidade, calor humano, numa narrativa introspectiva, carregada de sentimentos profundos, penetrando e invadindo as cavernas das emoções mais dolorosas, como só os grandes escritores podem fazê-lo.
4- O Dia Mais Longo de Thereza (1965)
Elisa Lispector, repetindo o que ocorre com Clarice Lispector, reescreve o que se tinha por “romance psicológico” na década de 30, em contraposição ao “romance social”.
5- A Última Porta (1975)
Romance. Mulher em solidão. Mulher em desamor. À procura da razão de ser. Do sentido da vida. Desnudamento da dor. Apologia da esperança. Romance de todos nós; romance, drama, ilusão, coisa vivida, coisa sentida. Autodescoberta. Livro para meditar.
6- Corpo-a-Corpo (1983)
*Sinopses retiradas do site Skoob.