O autor, há um tempo atrás, cedeu a J. Peder Zane – que publicou um livro, no qual entrevistou mais de cem autores para descobrir o TOP 10 de cada um deles – a sua lista de livros favoritos. É curioso que muitas vezes nos deparamos com grandes autores e ficamos em tentativas quase inúteis descobrir o que o influenciou, se aquele tipo de literatura que ele escreve é a que mais gosta ou lê, com que tipo de leitura ele se sente confortável ou até mesmo o que o inspira para fazer o que faz.
E, pasmém, para um dos maiores autores conhecidos do terror mundial atualmente, no top 10 de Stephen King não se encontra nenhuma obra de Edgar Allan Poe – apenas uma citação de uma história contida em uma antologia. Curioso é notar também que as obras escolhidas por King, não são todas obras de terror/fantasia como muitos podem imaginar, mas, em sua maioria, elas trazem o terror que existe dentro de nós, um terror completamente humano, contido na violência, nas nossas corrupções e fraquezas.
1. The Golden Argosy (sem publicação brasileira) – Vários autores, editado por Van Cartmell e Charles Grayson
O livro The Golden Argosy conta com vários contos de vários “monstros sagrados da literatura” de língua inglesa, tais como Hemingway, Conan Doyle, Scott Fitzgerald, Edgar Allan Poe (sua única aparição nessa lista), Mark Twain, entre outros mais. Essa antologia é sempre citada como o livro preferido de King.
2. As Aventuras de Huckleberry Finn – Mark Twain
Nesse livro de Mark Twain – considerado como o originário da literatura moderna americana, e quem diz isso não sou eu, mas ninguém menos que Ernest Hemingway – temos o icônico personagem Tom Sawyer que viaja pelo leito do rio Mississipi com Jim, um escravo fugido e, nessa viagem, vivem aventuras inusitadas.
3. Versos Satânicos – Salman Rushdie
Nesse livro, Rushdie, que chegou a ter um preço pela sua cabeça no Irã por conta dessa obra, conta a história de dois irmãos que, ao sobreviverem a uma queda de avião por um atentado terrorista, se metamorfoseiam em anjo e demônio e, a partir disso, a história flutua nessa temática entre esses opostos extremos.
4. McTeague: Uma História de São Francisco – Frank Noris
Com uma edição da Livraria Civilização, o livro McTeague: Uma história de São Francisco, traz a história de McTeague, um dentista, e de sua esposa em uma jornada de empobrecimento que explora o pior lado do ser humano e sua deterioração por meio de emoções como ganância, ciúmes e violência
5. O Senhor das Moscas – William Golding
Esse livro rendeu nada menos que um prêmio Nobel a William Golding. Conta a história de um grupo de rapazes que vive em uma ilha isolada no Pacífico após um bombardeio atômico na cidade em que viviam. O livro é cheio de simbolismos/alegorias e traz uma regressão à selvageria por parte dessas crianças, já que eles têm de conviver com a escassez e com a ausência de uma instituição reguladora, por exemplo.
6. A Casa Soturna – Charles Dickens
A Casa Soturna, de Charles Dickens, transpõe nas suas páginas a lentidão dos processos jurídicos da Inglaterra da época e conta a história de um processo de herança da família Jarndyce, além de perpassar por várias histórias paralelas e apresentando vários personagens complexos.
7. 1984 – George Orwell
O romance distópico de Orwell, conhecido também por ser um marco na literatura e ter acertado em algumas de suas previsões, traz a história de Winston, que vive em uma sociedade sufocada pelo Estado em que todos recebem vigilância o tempo todo e temem a figura do Big Brother (o Grande Irmão).
8. The Raj Quartet (sem publicação brasileira) – Paul Scott
É uma coleção de quatro livros que traz o cenário do ano de 1942, época de grande turbulência causada pela Segunda Guerra, porém mais especificamente na Índia, que era parte do império inglês, onde a história se passa e traz o grande tumulto que havia lá entre soldados ingleses e civis indianos.
9. Luz em Agosto – William Faulkner
O livro de Faulkner, publicado em 1932, conta a história de Lena Grove, uma grávida, que sai em busca de Lucas Burch, o pai da criança. Após fazer uma longa viagem na beira da estrada e conseguindo algumas caronas, ela o encontra, mas descobre que ele havia mudado seu nome agora para Joe Brown. Logo após isso, o foco do romance muda para Joe Christmas, um conhecido de Brown, que é rejeitado por ser um branco que teria ascendência africana. A história de ambos se conectam e abordam temas como o preconceito e rejeição.
10. Meridiano de Sangue – Cormac McCarthy
Meridiano de Sangue é um romance de Western, que nos apresenta o personagem Kid, um garoto de 14 anos, um adolescente abandonado em uma terra de ninguém que adentra em um grupo de mercenários do a serviço dos governantes locais e passa a viver uma vida brutal para poder sobreviver precisa ser tão ou mais violento que seus inimigos.