Piauí na literatura: as 6 melhores obras literárias do berço do “Homem Americano”

O Piauí, com sua rica história e diversidade cultural, é um estado muitas vezes ofuscado na memória do nosso país, mas que tem contribuído significativamente para a cultura brasileira. A terra que é o berço do homem americano, hoje abriga diversos autores com raízes profundas no sertão, nas cidades e na costa e que trazem à tona os desafios e a resiliência do povo piauiense.

Conhecer novos autores é vantajoso não apenas para ampliar o horizonte literário, mas também para valorizar a diversidade cultural do Brasil. A literatura produzida no Piauí nos oferece uma perspectiva única e necessária sobre o Nordeste, que vai além dos estereótipos e revela a complexidade da vida sertaneja e urbana. Esses escritores nos convidam a explorar suas histórias, a sentir suas emoções e a refletir sobre as questões profundas que permeiam suas obras. 

Nesta tentativa de listar as seis melhores obras literárias do Piauí, celebramos a genialidade e a criatividade dos escritores que, com suas palavras, continuam a encantar, emocionar e inspirar leitores de todas as partes do Brasil e do mundo. Ao mergulhar nessas leituras, você não apenas descobre histórias fascinantes, mas também se conecta com a identidade de um povo caloroso. Que estas obras possam abrir seus olhos para a riqueza da literatura piauiense e inspirá-lo a explorar ainda mais os tesouros literários desse estado encantador.

Os que bebem como cães – Assis Brasil

“Romance que narra a história de Jeremias, um prisioneiro que sofreu lavagem cerebral e perdeu a memória. Sem saber o motivo de sua prisão, tenta se adaptar à rotina torturante do cárcere, em condições sub-humanas. Algemado dentro de uma cela, com as mãos para trás, recebe uma sopa com droga, para que não tenha noção do tempo. Para tomá-la, abaixa-se igualmente a um cão.”

Leia também: Quem foi Assis Brasil? Conheça a trajetória do escritor piauiense autor de mais de 100 livros!

Rio Subterrâneo – O.G. Rêgo de Carvalho

“O.G. Rêgo de Carvalho desde cedo começou a publicar seus contos em revistas nacionais e logo passou a publicar seus romances em editoras de renome, com especial destaque para Rio Subterrâneo, uma metáfora sobre a existência humana, o que lhe garantiu o reconhecimento como o grande romancista piauiense.”

Ataliba, o vaqueiro – Francisco Gil Castelo Branco

“Francisco Gil Castelo Branco, nascido no Piauí, viveu parte de sua vida no Rio de Janeiro e no exterior, incluindo países diversos como o Paraguai e a França, quando da carreira diplomática, sempre publicando nos jornais cariocas seus contos e novelas.  Ataliba, o Vaqueiro foi sua obra clássica, em que descreveu a seca que devorou o Estado, na segunda metade do século XIX, sendo um dos primeiros regionalistas brasileiros.”

Através da vida – Amélia Beviláqua

“Autora de uma obra relativamente vasta, Amélia de Freitas Beviláqua publicou romances, contos, crônicas, ensaios e poemas, e contribuiu regularmente com diversos periódicos de sua época. Foi uma fervorosa defensora do acesso das mulheres à educação e a primeira escritora a se candidatar à ABL. No romance Através da Vida, Amélia Beviláqua nos conduz a uma travessia pelo mar revolto da vida de uma mulher brasileira do final do século XIX, desde a infância até a idade madura, e explora, por meio de sua protagonista Daluz, questões que lhe eram caras no movimento pelos direitos das mulheres, em seu tempo: o acesso das meninas à educação; a não limitação do destino da mulher ao casamento, e a correspondente necessidade de acesso a uma carreira profissional; e a necessidade de proteção legal da mulher no casamento, especialmente em face do abuso e da infidelidade masculinas.”

Os últimos dias de Paupéria – Torquato Neto

“Livro póstumo de 1973, “Os Últimos Dias de Paupéria”, com curadoria de Waly Salomão e Ana Maria Duarte, publicado cerca de um ano depois da morte do poeta e letrista Torquato Neto, reunindo poemas e crônicas da sua coluna “Geléia Geral” no jornal Última Hora, onde cobria a vida cultural brasileira (especialmente do Rio), com foco na música, no cinema e num pouco de literatura.”

Noite grande – Permínio Asfora

““Noite Grande” é um romance sobre as tragédias enlaçadas de dois povos: a do palestino, confrontado com o saque de sua pátria milenar, e a do nordestino do alvorecer do século XX, compelido a sobreviver ao latifúndio escravocrata da região dos carnaubais do Piauí. Esta obra, marcada pela riqueza de enredo e personagens, inaugura o ingresso na literatura brasileira de um palestino como personagem central. Trata-se da primeira obra literária no Brasil que possui um personagem palestino.”

É claro que quando procuramos fazer listas de “melhores coisas”, sempre ficamos com um dissabor de que falta algo ou que poderíamos substituir uma coisa por outra a que julgamos melhor. Nossa intenção é mostrar um breve panorama das obras mais relevantes e disseminar a beleza da literatura piauiense. Acha que faltou alguma obra? Conta pra gente aqui!

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