Conheça “jhany.”: a voz suave da cantora de 21 anos de sonhos, Tiktoks e Avenidas Paulistas

Conheça jhany., a cantora que foi do tiktok pra Avenida Paulista (e vice versa)

Uma coisa que faço rotineiramente é passear pelas lives do Tiktok e procurar artistas interessantes. Faço isso como uma tarefa ética essencial de quem diz que ama a arte: ao invés de dizer que não tem nada de bom na nova geração. Assim, vou até à rede da moda todos os dias através do contato direto com quem está lá trabalhando. Eis que um dia, encontrei uma jovem cantando de seu quarto com um cabelo rosa meio desbotado e uma voz de uma doçuca infinita.

Parecia impossível que aquela voz saísse daquele rosto que estava na tela e mais, que estivesse saindo de uma casa em algum lugar de São Paulo. Fiquei escutando aquela voz e me assustei ao descobrir que seu nome era “jhany.” e a pessoa por trás da voz era de uma personalidade forte. Chega a ser até divertida a diferença entre a jhany. cantora e a jhany CPF (que já descobri o nome, mas não vou revelar aqui).

Fui então procurar um pouco mais sobre ela e fiz uma breve entrevista que aqui publico.

Oi, jhany.! Obrigado por aceitar conversar com a gente. Para começar, apresente a cantora que você chama de jhany.?

Me chamo “jhany.”, tenho 21 anos e vivo a música desde sempre, sou apaixonada por indie e pop internacional, mas também com um apego especial por MPB anos 80. Tenho duas músicas autorais chamadas “Covered Mind” e “Under the Thunders”, e sou conhecida principalmente no Tiktok e na Avenida Paulista, onde me apresento todos os domingos.

Jhany querida, logo que te vi cantando numa like do TikTok, me chamou atenção seu cabelo, depois sua voz, depois seu jeito. De cara pensei: aí tá uma artista. E fui acompanhando. A primeira coisa que eu queria saber é: Quem é Jhany e por que Jhany é uma artista? 

Jhany é uma pessoa que vive a música. Sempre meio clichê falar isso, mas minha ligação com a música é algo quase sobrenatural. Cresci escutando mpb, na adolescência me conectei com o pop e à medida que fui amadurecendo, me encontrei ainda mais em estilos de indie, principalmente o folk. Hoje, tenho 21 anos, moro em São Paulo e vivo da minha arte, tentando transmitir o máximo possível a paz  que a música sempre me trouxe: o sentimento de lar, de um lugar seu pra se sentir confortável e ser você. Acho que marjoritariamente, isso é arte, e ser um artista. 

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Me chama atenção os dois lugares que te vejo cantar: o TikTok e na paulista. É que eles parecem opostos: um é o ambiente mais íntimo do mundo e o outro o mais público. Como é transitar entre esses dois lugares e públicos tão diversos? 

Comecei primeiro pelas lives no tiktok, construindo meu público mais íntimo, de fato. Considero meu grupo de amigos, meio que encontrei meu lugar ali. E aí fui pra paulista, morrendo de insegurança e sem nem saber por onde começar: com uma caixinha de som fuleira e um microfone sem marca. Meio que me apaixonei, me apaixonei pelo contato com um público tão diverso, com os olhares de admiração de crianças, até pessoas mais velhas, que com certeza não costumam ouvir “Billie Eilish”. São tantas reações diferentes, que eu consigo ver ao vivo, e amo todas elas.

Claro que por ser tão público (ainda mais nessa avenida tão movimentada), acabo tendo umas experiências não tão boas. Mas saber que minha voz ultrapassa algumas pessoas, faz TUDO valer a pena. E eu amo os dois opostos; ir na paulista e ouvir que minha voz acalma, e saber que eu trouxe algum ponto de paz pra alguém. E no tiktok, além de levar a música, criar uma relação mais íntima com aqueles que me acompanham, e fazer com que eles se sintam seguros ali, comigo, com a gente, e com a música.

Seu timbre de voz é uma loucura. quais suas referências assim, de cara, e quais são as “interferências” nessas referências? Ou seja, quem você gosta na música que parece você e quem você gosta porque é muito diferente?

Falam muito que eu canto como a Billie Eilish, Aurora, etc. Acho que escuto esse tipo de música, mais calmas, por muito tempo, e é o que sempre me acalmou e me tocou, então acabei me identificando mais com isso. Acho que principalmente com a Billie, ela é indiretamente minha referência no quesito voz. Mas como o artista que mais admiro, como “pessoa”, é sem dúvidas o Louis Tomlinson. Vejo nele uma referência de uma força e coragem absurda, e isso me manteve viva até hoje. Agora, interferência? Não sei exatamente, acho que talvez Sabrina Carpenter, Giant Rooks e umas outras bandas com uma proposta mais pop, músicas mais animadas. Mas sempre acabo me inspirando neles de alguma forma.

Eu acho doido como seu jeito de falar é totalmente diferente do seu jeito de cantar. Como você vê isso?

Como eu disse, eu gosto de criar intimidade com as pessoas que me acompanham. Nunca quero ser uma artista distante, que não tem conexão com os fãs. Então eu só falo do jeito que eu falo com meus amigos! Não agrada todo mundo, claro, mas é quem agrada que eu quero por perto. Acho que no final eu só quero retribuir o espaço seguro que o chat das minhas lives criou pra mim, quero ser o espaço seguro deles também. Tem meio que um equilíbrio entre o meu canto suave, e minha interação mais direta. Gosto disso.

Quais são seus projetos pra agora? E quais os seus próximos?

Estou muito animada em dizer que FINALMENTE produzirei meu EP! Está escrito há anos, mas eu sempre adiei. Agora finalmente tive o impulso pra colocar em ação, e vem aí, se tudo der certo até o final do ano. E sobre os próximos? Quero escrever mais músicas, e ter a oportunidade de me apresentar em muitos outros lugares. Vem ai!!!

 Se o mundo para o artista não fosse uma merda, o que você queria ser sonhando muito alto?

Acredito eu que no Brasil é meio pior, viu, ainda mais se você não canta o que todos querem escutar. Mas o que eu quero é só poder viver da música, ter minha vida e minhas coisas, e levar minha música pra todos os lugares possíveis. Não quero nada extravagante, mas queria muito ser reconhecida internacionalmente.

Conheça o seu trabalho aqui:

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