Quem nunca leu um romance de banca de jornal que atire a primeira pedra!
O nome já diz tudo: romance de banca de jornal. Uma literatura popular, acessível a todos, com preço baixo. Muita gente questiona a qualidade desses livro, mas o público parece discordar. Entra ano e sai ano e essas coleções são as mais vendidas.
Uma das coleções de livros mais famosos de todos os tempos são aqueles com os romances românticos com uma pitada de erotismo vendidos em bancas de jornal. Nomeados com nomes de mulheres, Julia, Sabrina, Bianca, esta coleção de livros acabou por formar gerações de leitores. Principalmente leitoras. Assim, elas tinham como prática comprar estes livros nas bancas de jornais. As edições de bolso eram baratinhas e, a seguir, trocá-los em sebos e livrarias por outros títulos da mesma coleção.
As histórias, todas de amor, com bastante sexo, corpos nus e aventuras exóticas entre passados conturbados e presentes pulsantes, fizeram que vidas de gerações de pessoas fosse transformada para ter um pouco mais de alegria.
Romance de banca: Quando tudo começou?
Segundo informações do site Muzeez, “Sabrina” foi a primeira dessas séries a chegar às bancas de jornal. O sucesso foi tão grande que em 1978 a série “Julia” foi lançada e no ano seguinte a série “Bianca”. Cada nome feminino correspondia a uma das séries e a uma mulher que se comportava de um jeito diferente em seu relacionamento.
O romance de banca como conhecemos hoje teve origem no Brasil em 1935. Uma fase inicial que durou até 1960, quando a Companhia Editora Nacional já publicava coleções de livros para as ‘moças’ daquela época. Eram as chamadas coleções Azul, Rosa e Verde. Desses selos, o mais popular foi a Coleção Verde, também chamado de Biblioteca das Moças que contava com 175 títulos.
O gênero teve o seu grande “boom” nos anos 70 quando a Editora Nova Cultural de São Paulo colocou no mercado, quer dizer… nas bancas, as coleções “Sabrina”, “Julia” e “Bianca”. Para se ter uma ideia do sucesso, as tiragens desses romances chegavam a atingir 600 mil exemplares por mês. Este número era uma verdadeira alegria para jornaleiros que viam seus livros venderem como água, até mais que jornais.
Os primeiros livros fizeram tanto sucesso que no ano seguinte, 1978, a Nova Cultural colocaria no mercado a série “Julia”; e em 1979, a série “Bianca”. Dessa maneira, os donos da Nova Cultural estavam copiando uma fórmula. Mas uma fórmula que havia dado certo, em 1935, com a Editora Nacional. A proposta era manter uma série de livros com três selos diferentes. Assim, “Sabrina” substituiria o selo verde. “Julia”, o rosa e “Bianca”, o azul.
Quem é Julia, Sabrina e Bianca?
A ideia é que cada mulher tivesse um perfil diferente. As mulheres mais certinhas ou recatadas, eram fãs de “Bianca”. Esta série abordava os relacionamentos amorosos de uma forma mais clássica, mais poética, com uma pitada de romance romântico. Claro, com muito amor água com açúcar. Os relacionamentos mais calientes, com uma pegada mais erótica, não tinha espaço na série.
As moças mais moderninhas e mais liberais em seus relacionamentos eram representadas na série Julia. Já as meninas que adoravam devorar aquelas histórias repletas de conflitos familiares e amorosos, recheados de lágrimas de sangue e final felizes no melhor estilo novela mexicana ficava com a série Sabrina.
A Nova Cultural continuou distribuindo “Sabrina”, “Julia” e “Bianca” nas bancas até 2011. Depois disso passou a vender os livros da série apenas no site da editora.
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