A americana Sylvia Plath foi uma grande poetisa, contista e romancista do séc XX. Mas por trás de suas sóbrias e elucidativas palavras, de seu sucesso literário, e de seu aparente casamento perfeito, havia uma jovem mulher tristemente atormentada pela depressão, que a levou ao suicídio em 1963.
Veja também:
Na realidade, muito de sua vida pessoal se camuflava em sua lúgubre poesia e após a publicação de “The Colossus” – sua primeira coletânea de poemas – Plath aventurou-se no mundo da prosa sob uma ótica singular, com diversos elementos de sua própria experiência de vida, e assim nasceu A Redoma de Vidro, escrito sob o pseudônimo de Victoria Lucas. O romance nos traz a estória de Esther Greenwood que após uma temporada trabalhando em uma revista de moda em Nova Iorque retorna para sua cidade natal com uma frágil condição mental. A Redoma de Vidro não se tornou um clássico apenas pela sua escrita simples e profunda, mas por conter relatos verídicos da autora, e por nos mostrar, de uma forma realista, porém lírica, todas as agruras que uma pessoa com depressão sofre. Mostra assim, a realidade pouco romântica da doença.
O NotaTerapia separou as dez grandes frases desse único e espetacular romance de Sylvia Plath. Veja a seguir:
Existe algo de desmoralizante em assistir a duas pessoas ficarem cada vez mais loucas uma pela outra, principalmente quando você é a única pessoa sobrando no lugar.
É como ver Paris de um trem expresso que avança na direção contrária – a cidade vai ficando menor a cada segundo, mas você sente que é você que está escolhendo.
O silêncio me deprimia. Não era o silêncio do silêncio. Era o meu próprio silêncio.
Nunca me sinto tão eu mesma como numa banheira de água quente.
Odeio dar dinheiro para as pessoas fazerem o que eu poderia estar fazendo com facilidade. Me deixa nervosa.
Eu gostava de assistir às pessoas vivendo situações extremas. Se houvesse um acidente rodoviário, uma briga de rua ou um feto num pote de laboratório, eu parava e olhava tão intensamente que nunca mais me esquecia daquilo.
Eu sabia perfeitamente que os carros estavam fazendo barulho, e que as pessoas dentro deles e atrás das janelas iluminadas dos prédios estavam fazendo barulho, e que o rio estava fazendo barulho, mas eu não conseguia ouvir nada. A cidade estava dependurada na minha janela, achatada como um pôster, brilhando e piscando, mas poderia perfeitamente não estar lá, já que não me afetava em nada.
Deve haver um bocado de coisas que um banho quente não cura, mas não conheço muitas delas. Sempre que fico triste pensando que um dia vou morrer, ou perco o sono de tão nervosa, ou estou apaixonada por alguém que não verei por uma semana, me deixo sofrer até certo ponto e então digo: “vou tomar um banho quente.
Para a pessoa dentro da redoma de vidro, vazia e imóvel como um bebê morto, o mundo inteiro é um sonho ruim.
Talvez o esquecimento, como uma nevasca suave, pudesse entorpecer e esconder aquilo tudo. Mas aquilo tudo era parte de mim. Era a minha paisagem.