O filósofo Zygmunt Bauman elaborou um dos conceitos que mais se adequam ao que chamamos de contemporâneo. Ele se utilizou da ideia de “liquidez” para apontar como todas as relações entre política, cultura, pensamento, relacionamento, indivíduos se dá. Assim, dentro de uma “modernidade líquida”, todas as grandes ideias se desfazem tal como água, ou seja, não se sustentam mais nos grandes conceitos capazes de dar conta de uma geração ou de uma ideologia. Bauman, morto agora em 2017, era visto, no entanto, como uma figura de ideias um tanto quanto “conservadoras”, pois, segundo os críticos, ele via uma série de problemas nas evoluções tecnológicas e ainda acreditava na “vida como ela se dava”.
De qualquer forma, Bauman foi capaz de capitanear uma legião de leitores ao redor do mundo e, se podemos dizer, sua principal qualidade, foi trazer a filosofia e o pensamento de forma acessível a todos, tarefa das mais árduas de nossos tempos.
O NotaTerapia separou 5 livros essenciais para conhecer Zygmunt Bauman!
1- O Mal Estar Na Pós-Modernidade
O livro, lançado em 1997, reúne de artigos e conferências de Zygmunt Bauman a respeito das novas características daquilo que, mais tarde, ele chamaria de modernidade líquida. Há digressões sobre filoshoariofia, arte, sexo, consumo, segurança e trabalho na época que simbolicamente despontou a partir da década de 60.
Para Bauman, a característica principal da pós-modernidade é a desregulamentação. A tentativa de manter a limpeza do mundo moderno e, ao mesmo tempo, retirar as cargas de mal estar da repressão instintual resultou em sujeitos hedonistas que se guiam conforme suas próprias vontades – produzidas e guiadas pelo mercado ultraconsumista e produtor de estranhos.
por Vinicius Siqueira
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http://indiqueumlivro.literatortura.com/2015/08/17/o-mal-estar-na-pos-modernidade-de-zygmunt-bauman/
2- Modernidade Líquida
A modernidade imediata é ‘leve’, ‘líquida’, ‘fluida’ e mais dinâmica que a modernidade ‘sólida’ que suplantou. A passagem de uma a outra acarretou mudanças em todos os aspectos da vida humana. Nesta obra, o autor procura esclarecer como se deu essa transição e auxiliar o leitor a repensar os conceitos e esquemas cognitivos usados para descrever a experiência individual humana e sua história conjunta, fazendo uma análise das condições cambiantes da vida social e política.
3- Amor Líquido
No livro Amor Líquido, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, aborda as relações humanas no contexto do mundo moderno, ou seja, o mundo líquido, em que nada é feito para durar.
“O amor pode ser, e frequentemente é, tão atemorizante quanto a morte. Só que ele encobre essa verdade com a comoção do desejo e do excitamento.”
No momento em que todos se voltam para a tecnologia, as redes sociais e uma vida de aparências, a intensidade dos relacionamentos escapa da mão de duas pessoas, passando a ser questão pública, que deve ser supervalorizada com uma felicidade extrema e um amor inabalável.
Por Isabela Lapa
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http://indiqueumlivro.literatortura.com/2014/07/12/amor-liquido-de-zygmunt-bauman/
4- Vigilância Líquida
Em Vigilância Líquida, Bauman trata de aspectos extremamente presentes no nosso dia-a-dia: o excesso de informações que disponibilizamos. É o mundo, de uma ponta à outra no globo, se acostumando à presença de câmeras nos observando 24h por dia, são as redes sociais que quebram qualquer tipo de barreira de vida pessoal ou até mesmo a simples busca no Google, que acaba monitorando cada um de nossos cliques.
“Somos permanentemente checados, monitorados, testados, avaliados, apreciados e julgados”.
O que esse livro chama a atenção é o quão fácil e rápido de ler ele é, mesmo possuindo temas extremamente densos e com grande aprofundamento. Talvez por se tratar de uma verdadeira conversa com o sociólogo David Lyon, o livro acaba se tornando muito agradável de ser lido. Além disso, é surpreendente a gama de assuntos que são abordados a partir do tema central da vigilância, todos intrinsecamente ligados e com uma proximidade com o leitor extremamente fascinante.
Por Matheus Mans
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5- A Cultura no Mundo Líquido Moderno
Zygmunt Bauman começa o livro apontando que a primeira questão que aparece na modernidade é a figura do “consumidor”, ou seja, aquele que se coloca diante de um produto para consumo, investimento de dinheiro pessoal para satisfação. Segundo ele, esse consumidor, na modernidade, se torna onívoro, um ser que consome de tudo, ao contrário dos “unívoros” dos séculos anteriores. Essa unicidade que havia antes do advento moderno se dá pelo fato de que antes a cultura tinha a função essencial de marcar as classes – o que ela dizia que era de “bom” e “belo”, assim se tornava e deveria ser passado para todas as demais classes. Bourdieu, a partir disso, afirma que o conceito de cultura era conservador, pois tinha com intuito a conservação das classes e das formas como tal. Depois, o que se viu, com a formação dos Estados Nacionais, foi a transformação da cultura em uma “missão”. De cunho altamente messiânico, via-se na cultura uma potência de melhorar o povo, melhorar o país e assegurar a nação. Assim, aos poucos, foi se formando a chamada “modernidade líquida”.
Bauman afirma que a modernidade líquida nada mais é que a:
“Modernização”, compulsiva e obsessiva, capaz de impulsionar e intensificar a si mesma, em consequência do que, como ocorre com os líquidos, nenhuma das formas consecutivas de vida social é capaz de manter seu aspecto por muito tempo. “Dissolver tudo que é sólido” tem sido a característica inata e definidora da forma de vida moderna desde o princípio.
Por Luiz Antonio Ribeiro
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http://indiqueumlivro.literatortura.com/2013/10/21/a-cultura-no-mundo-liquido-moderno-de-zygmunt-bauman/