Eu sempre vi a leitura como ferramenta de libertação e ao descobrir a Academia Brasileira de Letras do Cárcere (ABLC), percebi que a leitura e os livros também podem oferecer redenção.
A Academia Brasileira de Letras do Cárcere é uma iniciativa inspirada na Academia Brasileira de Letras (ABL), e reúne detentos que se dedicam à escrita, à leitura e à reflexão literária dentro do sistema prisional.
— Divulgação/AfroReggae
Mas como funciona esse processo? Os detentos têm a oportunidade de escrever livros, contando, inclusive, com a revisão de profissionais. Por meio dessa atividade, eles podem até mesmo obter redução da pena. Nesse contexto, a palavra se transforma em ponte para a liberdade.
Ao escrever textos literários, como, livros, contos, poesias ou ensaios, os detentos podem expressar suas vivências e pensamentos, assim como têm a chance de reduzir sua pena, por meio de programas como o “Redenção pela Leitura”.
A escrita dos textos concede humanidade aos internos, que deixam de ser apenas números no sistema penal e passam a ter reconhecimento como autores, pessoas com voz, identidade e histórias para contar.
Academia Brasileira de Letras do Cárcere: como funciona e quem pode contribuir
A Academia Brasileira de Letras do Cárcere é composta por 40 cadeiras e todas elas têm nomes de grandes personalidades, como Pagu, Roxa Luxemburgo e Angela Davis.
A cadeira n.º1 homenageia Graciliano Ramos, preso em 1936, escreveu suas memórias em cárcere, publicadas postumamente em 1953 com o título ‘Memórias do Cárcere’. Leia a obra no acervo digital disponibilizado pela USP.
Importante ressaltar que este espaço é fundamental para o processo de reintegração social e por meio desse acesso é possível imaginar futuros e novas possibilidades de existir a partir do desenvolvimento intelectual e artístico.
Todas as pessoas podem contribuir para a manutenção da Academia Brasileira de Letras do Cárcere com doações financeiras, de materiais e como voluntário nas áreas da educação, literatura, arte e psicologia.